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sábado, 8 DE fevereiro DE 2025

Confundido com miliciano, obreiro é morto a caminho da igreja no RJ

Viatura da Polícia Militar realizando ronda - Foto: Polícia do Estado do Rio de Janeiro/Divulgação

Francisco de Assis Ricardo de Almeida, de 40 anos, foi baleado por criminosos por estar vestindo preto, segundo testemunhas

Por Patricia Scott

Na comunidade do Catiri, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, Francisco de Assis Ricardo de Almeida, de 40 anos, estava a caminho da igreja onde congregava na noite de sexta-feira (10), quando foi baleado por criminosos em um carro. De acordo com a Polícia Militar, os agentes chegaram ao local e encontraram o obreiro já morto.

Francisco foi confundido com milicianos da região por estar usando roupa preta, segundo relatos de testemunhas. Traficantes do Comando Vermelho, que atuam no local, proíbem o uso dessa cor, associada aos milicianos. “Como miliciano usa preto e no final de semana há cobrança, eles passaram lá e atiraram”, contou uma prima de Francisco ao G1.

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Natural da Bahia, Francisco estava no Rio de Janeiro há pouco mais de um ano em busca de trabalho. “Era um cara trabalhador, gostava de ajudar as pessoas, tinha um coração bom”, afirmou sua prima. A líder da igreja onde ele congregava declarou: “Eu, como pastora dele, posso dizer que perdemos uma grande ovelha.”

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Confundido com miliciano, obreiro é morto a caminho da igreja no RJ
Natural da Bahia, Francisco de Assis Ricardo de Almeida estava no RJ a pouco mais de um ano – Foto: Reprodução

Membros da igreja, na qual Francisco frequentava há quatro meses, também lamentaram sua morte. “Muito amado, querido, um rapaz de bem”, disse um cristão. Outro comentou: “Ele era ótimo. Tão ótimo que todo mundo está muito abalado.”

A comunidade cristã da região ficou profundamente comovida. “Hoje, as igrejas do Catiri estão sentindo a perda do jovem obreiro da casa do Senhor, que foi confundido por usar roupas pretas. Que essa favela do Catiri possa ter paz”, escreveu um morador nas redes sociais.

O crime gerou revolta entre os moradores, que convivem com a violência diariamente. “O que vai ser de nós, que nada temos a ver com essa guerra? Não pode usar preto, vermelho, capacete, entrar na rua errada, fazer sinais com as mãos”, desabafou um morador ao G1.

A região, marcada por disputas entre o Comando Vermelho e a milícia, segue sendo palco de intensos conflitos. A Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios está investigando o caso. Policiais civis fizeram perícia no local e tentam apurar autoria e motivação.

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