A notícia foi confirmada por diversas agências internacionais. Shekau supostamente morreu ao detonar uma bomba durante conflito com inimigos
Por Marlon Max
A morte do líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, foi divulgada pela facção rival, ISWAP, filiada ao Estado Islâmico na África Subsaariana. A grande preocupação é que agora o ISWAP tem acesso a um grande número de armas, combatentes e território, o que é muito perigoso para a igreja.
“Shekau era visto pelo Estado Islâmico como causador de divisão por causa de seus ataques aos muçulmanos. O alvo preferido do ISWAP são os cristãos”, afirma o analista da Portas Abertas na África Subsaariana.
Falando sobre as implicações da morte do líder do Boko Haram, ele diz: “Essa não é uma boa notícia. Mais de 40.000 pessoas foram mortas e dois milhões deslocadas nessa insurgência que se estende pelo Nordeste da Nigéria, Sudoeste do Chade e Norte de Camarões. As pessoas esperavam que ele fosse preso e levado a julgamento. Muitos agora podem lamentar a perda de uma oportunidade de justiça para as milhares de vítimas”.
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O líder do Boko Haram era conhecido pelo sequestro de centenas de estudantes de um colégio interno em Chibok em 2014. Seus combatentes sequestraram, mataram, estupraram e roubaram. Além de causarem um número incontável de nigerianos à morte como homens-bomba. Milhões de pessoas foram deslocadas na região por causa da violência.
Segundo a missão Portas Abertas, a morte de Abubakar Shekau também não deve ser vista como o fim do grupo. “O Boko Haram é um dragão com muitas cabeças, por assim dizer. Assim como quando o fundador, Malam Yusuf, morreu, o grupo não desapareceu, alguém assumirá o lugar de Shekau e buscará continuar suas atividades”, diz o analista.
Um pesquisador da Portas Abertas no Oeste Africano complementa: “A igreja está prevendo mais pressões como resultado disso. Há uma expectativa de que o ISWAP incorpore membros das facções de Shekau”.
De acordo com Portas Abertas, o ISWAP tem muitos membros treinados do Norte da África, cuja presença no país aumenta os ataques violentos e assassinatos brutais de líderes e membros da igreja. Pessoas em geral no Nordeste, Centro-Norte e até mesmo no Sul da Nigéria podem ser alvo do grupo extremista, onde temos evidências de que em alguns casos eles se infiltraram e se camuflaram como militantes fulanis.
Com informações Portas Abertas e The New York Times