Psicóloga alerta sobre os desafios da presença de crianças e adolescentes nas redes sociais e a importância da orientação parental
Por Patrícia Esteves
As redes sociais se tornaram uma parte inevitável do cotidiano, especialmente para adolescentes. No entanto, essa realidade traz inúmeros desafios para pais cristãos preocupados com o bem-estar de seus filhos. O uso das redes sociais pode representar um risco significativo à saúde emocional e espiritual dos jovens. É papel dos pais monitorar e orientar os adolescentes durante a experiência online para protegê-los das ameaças e pressões que podem afetar a autoestima e a formação de identidade, ajudando a evitar perigos como o cyberbullying e a exposição inadequada.
Na opinião da psicóloga Eucyr Pedro, membro da Igreja Batista da Praia da Costa, em Vila Velha/ES, crianças não deveriam estar presentes nas redes sociais. Ela acredita que, devido à imaturidade emocional e à falta de discernimento típico dessa faixa etária, a exposição online pode ser extremamente perigosa. “Eu não vejo como salutar a presença de crianças nas redes sociais, embora muitos pais consintam”, expressa. Ela argumenta que as crianças ainda não têm a capacidade de lidar com as complexidades e riscos do ambiente digital, que incluem desde o conteúdo inapropriado até o contato com pessoas mal-intencionadas.
Para a psicóloga, adolescentes até podem participar das redes sociais, mas sob supervisão rigorosa dos pais, especialmente a partir dos 13 ou 14 anos. “As ameaças são reais e inimagináveis, e hoje há recursos de monitoramento que permitem aos pais estabelecerem limites de tempo e conteúdo”, afirma. Ela ressalta que é importante que os pais estejam cientes das atividades online dos filhos e que utilizem as ferramentas de controle parental disponíveis.
Eucyr também alerta para o impacto emocional causado pela exposição online, mencionando casos em que adolescentes sofrem críticas severas, comparações constantes e mesmo bullying, que podem levar à depressão e baixa autoestima. “O uso das redes sociais coloca o adolescente em estado de vulnerabilidade em função de que ele não tem maturidade para suportar, por exemplo, críticas”, explica. Por isso, é fundamental que os pais estejam atentos para sinais de ansiedade e promovam o diálogo e o apoio emocional necessários.
Além disso, a psicóloga enfatiza que é essencial fortalecer a autoestima dos adolescentes em casa. “Os pais precisam elogiar, afirmar o valor de seus filhos e mostrar que eles são amados. Muitas vezes, eles se esquecem desse acolhimento”, observa. A psicóloga recomenda que os pais ajudem os filhos a desenvolverem uma percepção saudável de si mesmos, o que pode reduzir a necessidade de buscar aprovação nas redes sociais.
Outro ponto destacado por Eucyr é o papel crucial dos valores cristãos na formação de um filtro moral sólido, que ajude os adolescentes a discernirem o certo do errado: “Os valores cristãos são úteis para orientar e mostrar a diferença entre o certo e o errado. Uma criança ou um adolescente criado sob essa orientação tem mais chance de ingressar na rede com segurança”.
Em um ambiente digital repleto de riscos, é vital que os pais estejam atentos e presentes na vida online de seus filhos. A Bíblia ensina em Provérbios 22:6: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”. Este princípio é aplicável tanto à vida real quanto ao mundo virtual, segundo Eucyr. Orientar com amor, estabelecer limites e cultivar valores cristãos são passos essenciais para garantir uma experiência digital segura e saudável para os jovens.
Eucyr conclui ressaltando a importância de se criar um ambiente seguro e acolhedor em casa para que o adolescente sinta que pode contar com o apoio dos pais. “É fundamental que os pais conversem, esclareçam, e nunca deixem de falar sobre o que agrada e o que desagrada a Deus”, orienta. Assim, a combinação de monitoramento, apoio emocional e ensino de valores pode preparar os adolescentes para enfrentar os desafios do mundo digital de forma segura e saudável.