Por Gedimar de Araújo
Filipenses 4.14-19
“14 Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação. 15 E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros; 16 porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades. 17 Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito. 18 Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus. 19 E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”.
Introdução
No livro do Pr. Ronaldo Lidório, chamado Colocando as Mãos no Arado (p.26), ele conta a seguinte história. “Há muitos séculos atrás houve uma Igreja que muito contribuiu para a expansão do evangelho na região oriental do mundo: foi chamada de Igreja Nestoriana. Segundo a história dessa Igreja, certo dia um de seus missionários chegou em uma pequena vila que ficava ao lado de uma grande plantação de arroz. Ele então começou a lhes falar do Senhor Jesus até que em pouco tempo havia alguns convertidos entre eles. Semanas depois, durante um culto, um dos recém-convertidos perguntou para aquele missionário: “Até aonde devemos ir para falar de Jesus a outros?”. O missionário olhou para a plantação de arroz e perguntou: “Na colheita, até aonde você pegará o arroz?”. “Até o último pé” – respondeu o camponês. “Pois é até aí o campo que Jesus nos deu: até o último” – afirmou o missionário.”
A obra missionária precisa ser encarada com mais seriedade pelas igrejas de hoje. Não quero falar de forma acusatória, mas não tem como negar que temos desprezado a obra missionária nas igrejas. Qual é a melhor forma de investir na obra missionária?
Esteja sensível para saber onde Deus está te chamando a apoiar – v.14
“Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação”. Paulo deixa claro que a “associação” daquela igreja com ele foi fundamental para o cumprimento do seu chamado. A Igreja de filipenses.
Pr. Ronaldo Lidório contou uma experiência em que ele ouviu Deus falar ao seu coração: “Ninguém é capaz de orar por milhões de vidas que perecem sem Cristo se não consegue chorar sequer por uma delas” (p.32). Fique atento às oportunidades que Deus te dará. Como isso pode acontecer? De forma prática ou digo:
- Procure identificar ministérios e missionários sérios que precisam de apoio, eles existem. Não deixe que o fato de haver pessoas mal-intencionadas te impeça de investir em pessoas sérias.
- Crie algum vínculo inicial com o campo e com o obreiro que deseja apoiar. Se for possível faça uma viagem missionária para conhecer o campo onde você deseja investir. Pode ser que com isso Deus te fale sobre outras formas de investir na obra.
- Seja fiel aos compromissos que você assumir com Deus e com o campo missionário. Tem muita gente que começa a ajudar, mas logo desanima e para. Não seja movido pela compulsão, mas pela compaixão.
Acredite no potencial daqueles que Deus levanta para missões – v.15
“E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros”. Paulo era visto como “bicho papão”, ele tinha uma péssima fama. Mas alguém ousou acreditar e investir no seu potencial. E todos nós sabemos que Paulo influenciou o mundo da sua época com a sua paixão por Deus e pela salvação dos gentios.
Há muitos anos, havia um rapaz em nossa igreja chamado Fábio Zambaldi Filgueira. Aquele jovem queria muito se dedicar ao Senhor, nós o apoiamos em seu chamado e o enviamos para o campo missionário, e em 2005 recebi o convite da Igreja Batista na Ilha do Governador (RJ) para a sua ordenação ao ministério. Que bênção ver o que Deus fez na vida do Fábio.
Aqueles que Deus levanta, ele usará, quer você queira ou não, quer você ajude ou não. Por isso, peça a Deus para lhe mostrar em quem investir. Não espere perfeição da pessoa que você resolver apoiar no campo missionário.
Deixe de ter uma visão míope do reino de Deus – v.16-17
“Porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades. Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito”. Aquela igreja não desenvolveu uma visão bairrista, do tipo: “Só investimos se você vier trabalhar em nossa igreja”. Isto não é visão do reino, isto é miopia missionária.
Eu me lembro de que uma vez, numa reunião da liderança da igreja, estávamos definindo enviar uma oferta para um missionário, ao que um líder disse: “Isto é desperdício de dinheiro, deveríamos investir isso aqui na igreja.”. Tem muita gente que pensa assim e age conforme pensa.
Como é sua visão, encurtada ou alargada? Invista com um coração generoso. Dê com abundância, não seja mesquinho. Tem gente que gasta dinheiro com tanta coisa supérflua, mas não tem coragem de investir no alcance dos perdidos. Invista com um coração aberto. Sem impor condições. Invista com um coração criterioso. Invista em quem está fazendo um trabalho sério.
Invista com generosidade e não com mesquinhez – v. 18
“Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus”. Uma grande falha que vemos quanto a missões é o conceito que temos de que todo missionário tem que ser “miserário”. Ou seja, tem que viver na miséria.
Lembro-me da história contada pelo Pr. Jeremias Pereira, de uma irmã que doou um galo para a obra missionária e o efeito que aquilo causou sobre a Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte. A simples oferta de uma pessoa que doou tudo o que tinha despertou o coração das pessoas para ofertar.
Não seja mesquinho para a obra missionária. Não fique apenas no mínimo necessário. Isso é muito pouco. Veja outras formas de contribuir, seja criativo. Procure dar algumas ofertas especiais durante o ano. Ou quem sabe você pode ir aumentando gradualmente a sua contribuição. 1%, 2%, 3% e assim por diante.
Saiba que a recompensa vem das mãos de Deus – v.19
“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”. Paulo mostra que ninguém supera a Deus em generosidade. Quando você se envolve com a obra de Deus, Deus se envolve com as suas necessidades. Deus tem me surpreendido a cada dia na questão financeira, quanto mais eu dou, mais Deus me dá. Deus não vai deixar de cumprir sua palavra empenhada em Mt 6.33.
Como você individualmente vai investir em missões? Como coletivamente, como igreja, vamos investir na obra missionária? Pare um tempo para ouvir a Deus e responder ao desafio que ele te der.