O livro “Manual cristão da cultura pop” traz uma perspectiva sobre identidade cristã e entretenimento geek
Por Carolina Leão
Filmes, games, séries de TV e histórias em quadrinhos são alguns produtos do universo da cultura pop; produções bastante presentes na geração atual. Com a realidade de desenvolvimento tecnológico e científico, essa cultura tem ganhado força mundialmente. Diante disso, uma das dúvidas que surge é: como deve ser o posicionamento cristão? Como manter a identidade cristã e consumir o entretenimento geek (nerd ou termo que se refere aos fãs de tecnologia)?
Um olhar sobre a vida cristã e o consumo desse tipo de entretenimento é o assunto central do livro “Manual cristão da cultura pop”, de Richarde Guerra e Sinval Filho, publicado pela editora 100% Cristão.
O que é cultura pop e seus produtos
Em síntese, o livro explica; “A cultura pop é aquela consumida pelo maior número de pessoas em sua época, incorporando os seus elementos à própria cultura daquele povo (e vice-versa), por intermédio de novos meios de comunicação de massa”.
O livro explicam, com mais detalhes, os elementos dessa cultura em foco. “A cultura pop era produtos e influências derivados”, conforme registra a página 32. “Um personagem de quadrinhos vira desenho animado, que vira cinema, que é adaptado para jogo de videogame, que daqui a poucoestá estampando suas almofadas e camisetas… as possibilidades são infinitas”. Logo, partindo do aspecto de diversidade é natural que seja preciso agir com sabedoria.
Reter o que for bom e sequer consumir o que afronta a Bíblia
Esse livro defende que o cristão não deve desprezar a cultura, mas orienta a reter o que for bom. “Sem minimizar a importância da solitude, que é a disciplina de ficar a sós com Deus, o simples ato de adotar um lockdown do mundo exterior não nos torna mais santos — ao contrário, com a dificuldade de entender o mundo exterior fica difícil imaginar qualquer condição para evangelismo, por exemplo”, propõe a introdução do livro.
Seguindo esse pensamento, mais adiante, a narrativa defende: “[…] você que faz parte da nova geração bombardeada com todo esse conteúdo pop… precisa saber lidar com tudo isso sem cair na armadilha do pecado ou da culpa. A Bíblia nos ensina a reter o que é bom, e certamente tem muita coisa boa neste universo, muita coisa proveitosa e muitas oportunidades”.
Ao tratar do assunto, vale ressaltar que os autores não desprezam a importância de não se apropriar das ideias, pensamentos e comportamentos que claramente não agradam a Deus. Mas o livro defende que “Deus estabeleceu a linguagem e a ciência”.
É defendido no livro a validade do pensamento crítico, ainda que em relação ao entretenimento. “Como cristãos, não precisamos temer nem lutar contra a cultura, e sim reter o que nos pode ser útil, sequer consumir aquilo que afronta a Bíblia, e promover uma cultura pop do Reino que gere impacto na sociedade”, diz o livro no capítulo “Consumindo cultura pop”.
Cultura não é mero entretenimento

Na mesma linha de pensamento, os autores destacam a importância de não ser passivo: “Uma coisa é certa: a cultura não deve ser encarada passivamente, somente como mero entretenimento. Quando possível, e se estiver alinhado com o nosso chamado específico, precisamos ser cristãos produtores de cultura. E todo o cristão pode e deve ser um verdadeiro crítico cultural, usando a lente da Palavra de Deus…”, destacam.
Por fim, em sua conclusão, a abordagem do livro defende, na opinião dos autores, que a cultura pop pode ser uma ferramenta de propagação do evangelho, de maneira que, por meio de seu poder de penetração, a Palavra de Deus pode ser pregada a milhões de pessoas.
Vale ressaltar que o assunto é extenso, minucioso e, mesmo o próprio livro completo não se propõe a encerrar o tema.
Sobre os autores
Sinval Filho é pós-graduado com MBA em Gestão de Empresas, jornalista, teólogo e Bacharel em Comunicação Social. Após vários anos na liderança de ministério de jovens em nível nacional e internacional, passou a atuar no mercado editorial em diversos segmentos. Geek desde criancinha, fundou como sócio a Editora 100% Cristão e, como empreendedor teve a iniciativa inédita de criar um selo editorial focado no universo geek cristão.
Richarde Guerra é formado em química, foi professor universitário e cientista. É Mestre e pós graduado em teologia. Também pastoreia uma das maiores denominações cristãs do Brasil, a Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte. Amante da nona arte, escritor com mais de 40 livros, foi finalista duas vezes do Troféu HQ Mix – o mais importante da América Latina no segmento de quadrinhos, pela minissérie Eclesiástico Maná, obra de ficção lançada pela 100% Cristão. (Com informações do livro “Manual cristão da cultura pop”).