“É necessário enxergar o filho como um ser humano com suas próprias individualidades e aspirações e não como uma extensão de si”
Por Patricia Scott
Para os jovens, a conclusão do Ensino Médio impulsiona para a escolha da carreira. No entanto, muitos encontram dificuldades para fazer uma escolha tão importante. Ansiedade, insegurança e dúvida são comuns nessa fase da vida, acarretando no medo. Desse modo, surgem os questionamentos diante de tantas expectativas: “e se eu escolher errado?” ou, principalmente, “e se meus pais não aprovarem minha escolha?”.
Segundo Marizane Piergentille, pedagoga e diretora de educação das unidades do ABCDM e Litoral do Colégio Adventista, é natural o jovem se sentir sobrecarregado diante dessas dúvidas. No entanto, é importante ele reconhecer que essa jornada de decisão é uma oportunidade de crescimento e autoconhecimento.
“Antes de tomar uma decisão tão importante, é essencial que os jovens se dediquem a um processo de autoconhecimento. Isso inclui refletir sobre seus interesses, habilidades, valores e aspirações. Perguntas como ‘o que me motiva?’ ou ‘quais são minhas áreas de interesse?’ podem ser úteis nesse processo. Explorar diferentes campos por meio de estágios, cursos extracurriculares ou conversas com profissionais também podem ajudar”, destaca Marizane.
A pressão familiar, na maioria das vezes, pode adicionar um peso extra às preocupações. “O que mais observamos nesses jovens é a dificuldade de estabelecer um diálogo aberto e sincero com os pais e explicar os motivos por trás das escolhas e das expectativas em relação ao futuro. Por isso, o papel dos responsáveis aqui é fundamental. É necessário enxergar o filho como um ser humano com suas próprias individualidades e aspirações e não como uma extensão de si. Isso conta na hora de ganhar autoconfiança para o mercado de trabalho”, aponta.
Entretanto nem sempre a primeira escolha acaba sendo a mais adequada, e isso é normal. Diferente outras épocas, a nova geração está aprendendo a enxergar os erros e as decisões equivocadas como uma forma de aprendizado. Para a diretora, incentivar os jovens a explorar diversas opções e permanecer abertos a novas oportunidades pode ser fundamental para encontrarem um caminho que dialogue com suas paixões e objetivos.
“Não existe destino escrito em pedra e conforme os anos passam, os interesses mudam e acabamos descobrindo novas habilidades, hobbies e vontades que jamais imaginaríamos quando mais novos. É importante pautar essas decisões sempre com um passo de cada vez”, finaliza Piergentille.