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quinta-feira, 28 março 2024

Clínicas flutuantes: alcançando os povos com o evangelho

Uma das clínicas flutuantes utilizadas por missionários para atender comunidades ribeirinhas. Foto: Divulgação

Para milhares de pessoas em lugares “esquecidos” na América do Sul, a salvação, tanto física quanto espiritual, veio do rio na forma de um hospital móvel: as clínicas flutuantes.

Que história incrível de evangelização! Médico e pastor John Lipke foi pioneiro da obra educacional adventista no Brasil, sobretudo nas regiões norte e nordeste. Doenças como a malária, a febre tifoide e a varíola eram agravadas pela desnutrição e falta de saneamento. Para alcançar esses povos com o evangelho e o serviço da medicina foi implantado clínicas flutuantes.

Desejo de servir

Essa situação na Missão Baixo Amazonas, uma região administrativa da Igreja Adventista, mudou em janeiro de 1929, quando o pastor Leo B. Halliwell foi transferido com sua família da Missão da Bahia para Belém, no Pará, para assumir a presidência da instituição.

Sua esposa, Jessie, era uma excelente enfermeira e famosa por fazer partos. Além da profissão, Jessie era especialista em hidroterapia e uma excelente nutricionista vegetariana. O casal empreendeu viagens perigosas, demoradas e desconfortáveis através da Amazônia.

Os barcos disponíveis não eram capazes de ir diretamente aos locais que precisavam, e as tripulações tinham que continuar através dos estreitos afluentes de canoa. A Missão precisava de uma opção que atendesse melhor às suas necessidades, mas não havia recursos para isso.

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Eles adquiriram o conhecimento e a inspiração necessários para construir a primeira lancha através das embarcações pioneiras no continente, Ulm am Donau e Messenger, comandadas por Enrique Marker no Rio Mamoré e seus afluentes.

Por meio de um exaustivo estudo, Leo Halliwell desenhou uma lancha missionária. Durante as férias de 1930, os Halliwells voltaram aos Estados Unidos para arrecadar fundos para construí-la. Leo visitou igrejas e reuniões campais, emocionando as pessoas com histórias de suas experiências no novo campo missionário.

Uma luz para as comunidades ribeirinhas
A construção da lancha de 11 metros levou quatro meses. No dia 4 de julho de 1931, Jessie Halliwell batizou-a de Luzeiro. Depois de decidir que todas as embarcações teriam o mesmo nome, essa primeira ficou conhecida como Luzeiro I.

A missão do barco era oferecer educação em saúde, atendimento médico e odontológico para cerca de um milhão de pessoas. Cada viagem que a Luzeiro fazia de Belém à cidade de Manaus levava sete meses. Então, a lancha também era a segunda casa dos Halliwells.

Enquanto eles iam, visitavam as diferentes regiões, ficando em cada localidade por até três dias, pregando, confortando, orando e estudando a Bíblia com seus pacientes. Por mais de 25 anos, o casal serviu cerca de 250 mil pessoas, muitas das quais aceitaram a mensagem adventista.

O trabalho que eles faziam pelos ribeirinhos e indígenas foi bem recebido pelo governo, que possuía poucos recursos para atender os vulneráveis. Os governos estaduais começaram a fornecer medicamentos comprados com grandes descontos. Antes de deixar Belém, Leo e Jessie Halliwell receberam a Ordem Cruzeiro do Sul, pela qual a nação brasileira homenageia estrangeiros.

Missão permanente

Com o avanço da tecnologia, os serviços oferecidos pelas demais clínicas flutuantes melhorou, desde cuidados com os doentes até pequenas cirurgias. As lanchas levavam os casos mais graves para o Hospital Adventista de Belém.

O infectologista Rogério de Paula mobilizou profissionais e estudantes de medicina e odontologia. Eles usavam recursos próprios para alugar lanchas e visitavam os ribeirinhos duas vezes por mês. Em 1999 e 2000, cerca de 5 mil pessoas foram atendidas.

Em 2019, o projeto Luzeiro operava com três barcos e conta com o apoio de duas bases de apoio permanente nas cidades de Barreirinha e Manacapuru. Essas bases possuem profissionais de saúde treinados, medicamentos e lanchas para transportar enfermos e feridos. A iniciativa continua em parceria com as prefeituras locais.

*Com informações de Notícias Adventistas

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