Os ataques aos cristãos na República Democrática do Congo vem aumentando sistematicamente. Em busca de segurança, muitos abandonam tudo e fogem
Por Patricia Scott
Na República Democrática do Congo, uma clínica cristã foi atacada pelas Forças Democráticas Aliadas (ADF, sigla em inglês), em julho. Segundo informações de Portas Abertas, a ação violenta foi iniciada por volta das 22h40. Havia pacientes dentro da clínica. Os rebeldes atearam fogo, e as pessoas morreram queimadas. Vale salientar que o país ocupa a 40ª posição na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2022, elaborada por Portas Abertas, que elenca os 50 lugares onde é mais difícil ser cristão.
O ataque foi confirmado pelo prefeito congolês da cidade de Lume no estado de Kivu, Kasereka Ise Mighambo. Não ficou claro quantos pacientes eram cristãos e qual o total de mortes na clínica. Isto porque uma enfermeira local revelou que o Ministério da Saúde registrou 13 mortes. No entanto, o porta-voz do exército congolês, capitão Antony Mualushayi, divulgou a perda de nove vidas, entre elas três crianças.
- Quase seis mil cristãos foram mortos devido à fé, aponta a LMP 2022
- Bombas deixam feridos na República Democrática do Congo
Cristãos das áreas rurais eram atendidos pela clínica dirigida pela Igreja Comunidade Cristã na África Central (CECA, na sigla em inglês). De acordo com Portas Abertas, como parte do projeto de expansão islâmica, as Forças Democráticas Aliadas têm atacado sistematicamente e enfraquecido as igrejas cristãs no Leste do país.
A instituição missionária compartilha ainda que é desgastante sofrer os ataques recorrentes e violentos no Leste da República Democrática do Congo. Em junho, por exemplo, um treinamento de Portas Abertas foi interrompido por tiroteios dos extremistas.
No ano passado, a República Democrática do Congo e Uganda lançaram uma ofensiva contra as Forças Democráticas Aliadas. No entanto, a violência contra civis permanece imbatível. Em busca de segurança, muitas pessoas fogem das áreas violentas e deixam tudo para trás.