Celebrações de fim de ano, como o Natal por exemplo, são ótimas oportunidades para ficar em paz com Deus, a família e consigo mesmo
Por Cristiano Stefenoni
O ano era 1914. O barulho ensurdecedor das bombas era trocado por canções natalinas. Nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, soldados escoceses, alemães e franceses decidem dar uma trégua na noite de Natal. Compartilham chocolate, champanhe e fotos de parentes queridos. Se a celebração do nascimento de Jesus foi capaz de parar uma batalha, imagine o que não pode fazer em sua vida e com as pessoas que o cercam?
Segundo o pastor René Breuel, que também é escritor e mestre em Escrita Criativa e em Teologia, o “clima natalino” é uma ótima oportunidade para se resolver conflitos, principalmente os familiares.
“Paz, trégua, encontros. Deixar de lado as armas que usamos para nos defender e arriscar a ternura. Acalmar a guerra interior e substituí-la pela serenidade. Como chegar lá? A atmosfera natalícia certamente ajuda: preparar a mesa, embrulhar presentes, cantarolar Jingle Bells. Mas a chave é viver o significado original do Natal: ‘Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor’”, ressalta Breuel.
De acordo com o pastor, a natureza e o propósito do nascimento de Cristo são incompatíveis com qualquer sentimento de rancor, ódio ou mágoa. Ele lembra ainda que Deus aproveita oportunidades como essas para sensibilizar o coração humano de forma que a pessoa chegue a um novo ano perdoado e em paz.
“Cristãos como eu celebram que Deus veio até nós e nos ofereceu uma trégua. Declarou o seu favor para corações fragmentados e divididos. Trouxe esperança para refeições tensas e ressentimentos ainda não resolvidos. Não precisamos permanecer em guerra conosco, uns com os outros ou com Deus. A chegada de Cristo traz uma manjedoura serena e uma brisa de paz para todos os que acolhem essa boa notícia”, aconselha.
Já o pastor Geraldo Moyses Gazolli Junior, mestre em Ciências da Religião e doutorando em Teologia, sugere que a igreja pode ajudar nesse processo de reconciliação entre irmãos e a família, por meio de programações especiais no fim de ano.
“Recentemente uma prática positiva que tem surgido entre os cristãos é a virada de ano na igreja, envolvendo até uma Ceia do Senhor. Um ambiente muito mais apropriado: estar na presença de Deus apresentando os planos futuros e começando uma nova fase através do simbolismo da Ceia. Recomendo muito essa prática, converse com sua igreja e planejem isso porque ainda dá tempo”, orienta.
No caso do pastor Raphael Abdalla, da Primeira Igreja Batista em Guarapari e presidente da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo, as celebrações das festas de fim de ano devem ter um propósito todo especial para os cristãos. “Importa celebrar o nascimento do Senhor Jesus Cristo e praticar comunhão em família”, enfatiza.