Para o químico Marcos Eberlin, a pesquisa reduz o milagre de Jesus a processos naturais
Por Michelli de Souza
Um estudo científico, publicado no último mês de outubro na revista Water Resources Research, promete explicar, à luz da ciência, o milagre de Jesus sobre a multiplicação dos peixes, registrada em Lucas 5: 1-11, passagem conhecida como A pesca maravilhosa.
Segundo a pesquisa, as águas do lago de Genesaré, em Israel, onde Jesus realizou o milagre, possui uma capacidade natural de reunir grande quantidade de peixes de forma súbita, o que explicaria, à luz da ciência, por que os peixes se multiplicaram. Na visão de Marcos Eberlin, que é Pós-Doutor em Química e compartilha da fé cristã, esse tipo de estudo tenta reduzir os milagres de Jesus a causas naturais.
“Cristo agiu com forças além das forças naturais. Quando Deus também abriu o Mar Vermelho, ele abriu o mar. Quando ele fez parar o sol e a lua, ele parou o sol e a lua. Eu acho patética essa tentativa de explicar o milagre de Jesus. Ele multiplicou os peixes, como ele transformou a água em vinho, curou paralíticos, cegos, ressucitou a Lázaro. Será que esses cientistas israelenses vão conseguir investigar como Jesus ressucitou Lázaro por processos naturais? Creio que não”, declarou Eberlin.
Confira o que diz o estudo:
De acordo com o estudo realizado pelos cientistas israelenses Yael Amitai e Ehud Strobach, o milagre da multiplicação dos peixes poderia ser explicado por um fenômeno natural conhecido como “matança de peixes”.
Os cientistas explicaram que o Mar da Galileia, um lago de águas estratificadas, tem uma camada superior quente e oxigenada, enquanto a camada inferior é fria e com baixo nível de oxigênio. Quando um vento forte de oeste sopra sobre o lago, ele empurra a água quente da superfície em direção ao leste, o que faz com que a água fria das camadas inferiores suba. Essa movimentação cria flutuações chamadas “ondas internas”, que diminuem a oxigenação da água, resultando na morte dos peixes, que então flutuam na superfície.
Com base nessa teoria, os pesquisadores sugerem que os peixes que Jesus e seus discípulos pegaram poderiam ter sido vítimas desse fenômeno natural.