As mudanças climáticas são a principal explicação para as chuvas que precisam de três dígitos para serem medidas
A chuva volumosa na Região Sudeste tem se tornado frequente e os meteorologistas dizem que ela tende a ficar ainda mais intensa. Chuvas que estão atingindo o Brasil precisam de três dígitos para serem medidas.
Na última terça-feira (28), em Belo Horizonte (MG), o volume chegou a 175 milímetros na Região Centro-Sul. Isso concentrado em apenas três horas. Na Região Oeste, 101 milímetros. E na semana passada, choveu 171 milímetros em 24 horas. Em janeiro, as chuvas que atingiram o Espírito Santo chegaram a 156 milímetros na cidade de Serra (ES).
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É muito difícil se defender dessas chuvas. Uma chuva de 50 milímetros já pode provocar alagamentos, dependendo do lugar. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), quando prevê chuva de 50 milímetros, já alerta a Defesa Civil da região. A história mostra que temporais como esses dos últimos dias estão se tornando cada vez mais frequentes.
“Com maior pavimentação das cidades, o calor que chega do sol é armazenado mais rapidamente. Então, essa temperatura mais elevada é transferida para o ar, que por sua vez faz com que as tempestades ganhem mais força. Então, é essa ilha de calor que tem feito, ou aumentado a intensidade dessas tempestades”, explicou Marcelo Schneider, meteorologista do Inmet.
Mortes em Minas Gerais
As mortes por causa das chuvas em Minas Gerais subiu para 55, conforme atualização da Defesa Civil estadual divulgada no início da noite desta quarta-feira (29). Até o balanço de meio do dia, eram 53 óbitos. As mortes ocorreram em 19 cidades, a maioria na capital, Belo Horizonte (13).
A maior parte das mortes (42) foi causada por soterramentos, deslizamentos e desabamentos. Nove pessoas foram arrastadas pelas águas e quatro morreram por afogamento. Homem está desaparecido na cidade de Conselheiro Lafaiete. Há 65 pessoas feridas.
Até o momento, 53.309 pessoas foram afetadas pelos estragos. O número de desalojados totalizou 44.929 e o de desabrigados, 8.259. São consideradas desalojadas as pessoas que tiveram de deixar suas casas e se abrigar na casa de parentes e amigos ou buscar outras opções temporárias. Já os desabrigados são os que estão acomodados provisoriamente em locais públicos improvisados – na maioria dos casos, em escolas ou igrejas.
Ao todo, 137 cidades tiveram a situação de emergência decretada. Ontem o número era de 121. Cinco municípios estão em estado de calamidade pública: Orizânia, Ibirité, Catas Altas, Taparuba e Muriaé. Em Belo Horizonte, as chuvas bateram o recorde de maior temporal da história da capital. Na noite de ontem (28), em três horas, o volume de água chegou a 183 mm.
Medidas
Em entrevista coletiva, o governado Romeu Zema anunciou novas medidas de resposta aos danos causados pela chuva, como o adiantamento de parcelas de repasses financeiros devidos a municípios. Zema acrescentou que o governo federal poderá disponibilizar recursos adicionais aos municípios atingidos.
O Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais lançou uma linha de financiamento de capital de giro para atender pequenos e micro empresários. O programa disponibilizará recursos com taxas de 0,83% ao mês e prazo de quitação de até 48 meses.
Equipes da Defesa Civil de São Paulo chegaram a Minas Gerais para auxiliar no apoio às vítimas e combate aos efeitos dos temporais. Técnicos, engenheiros e geólogos do estado vizinho atuarão nos atendimentos na parte técnica e burocrática, ajudando municípios em estado de emergência.
A prefeitura de Belo Horizonte informou que irá dobrar o efetivo de trabalhadores atuando no combate aos efeitos das chuvas. A prioridade, conforme a administração municipal, é a limpeza da capital diante da lama provocada pelos temporais. Parques e equipamentos culturais municipais, como o Jardim Zoológico e o Jardim Botânico, ficarão fechados até domingo (2).
*Da Redação, com informações do Jornal Nacional e Agências
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