David Lin ajudava igrejas domésticas clandestinas, quando foi detido acusado de fraude contratual após a construção de um templo
Por Patricia Scott
Após 18 anos de prisão, o pastor norte-americano David Lin, de 68 anos, foi libertado na China. Ele estava detido desde 2006 por trabalhar em uma igreja não autorizada pelo governo chinês.
“Nenhuma palavra pode expressar nossa – temos muito tempo para compensar”, disse Alice Lin, filha do pastor David, em entrevista ao Politico.
O líder religioso chegou aos EUA, na segunda-feira (16). Na China, Lin cumpria pena de prisão perpétua. No entanto, uma negociação entre o Departamento de Estado dos Estados Unidos e o Ministério das Relações Exteriores da China possibilitou a soltura do pastor.
“Congratulamo-nos com a libertação de David Lin da prisão na República Popular da China”, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA em um comunicado no domingo (15), divulgando ainda que “ele retornou aos Estados Unidos e agora pode ver sua família pela primeira vez em quase 20 anos”.
Desde a década de 1990, Lin realizava viagens à China. Ele apoiava ativamente o movimento de igrejas domésticas clandestinas em território chinês. Segundo a Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional, o movimento “há muito enfrenta hostilidade das autoridades chinesas” e os participantes podem sofrer “intimidação, assédio, prisão e sentenças severas”.
Em 2006, após ajudar a construir um prédio de igreja não aprovado pelo governo chinês, Lin foi detido. Mais tarde, ele foi condenado à prisão perpétua por fraude contratual, uma acusação que ele sempre negou. Enquanto esteve preso, o pastor perdeu acontecimentos importante da família, como o casamento da filha e o nascimento do neto.
Nos últimos anos, o presidente Joe Biden intensificou os esforços para libertar o líder religioso e outros dois cidadãos norte-americanos. São eles os empresários Kai Li e Mark Swidan, que Washington também considera terem sido presos injustamente e que seguem encarcerados. Com informações Poder360, CNN Brasil e BBC