Inteligência artificial brinca, mostra estratégias que podem levar pessoas a perderem sua fé e choca por ser possível de colocar em prática
Por Patrícia Esteves
Algumas pessoas perguntaram ao Chat GPT: “Se você fosse Satanás, como faria as pessoas perderem a fé?”. A resposta começou a circular nas redes sociais e um padre católico, curioso após ver algumas postagens, quis conferir por si mesmo as respostas dadas pela inteligência artificial, então repetiu a pergunta.
Confira a resposta dada pela ferramenta ao padre: “Se eu fosse Satanás e tivesse o objetivo de fazer as pessoas perderem a fé, provavelmente usaria táticas sutis e estratégicas, focadas em semear dúvidas, desesperança e desencanto, em vez de agir de maneiras óbvias.
Aqui estão algumas estratégias que se poderia empregar:
1. Incentive o individualismo extremo: Promova uma visão de mundo focada exclusivamente no “eu”, na qual as pessoas se desconectam de suas comunidades, de seus entes queridos e da ideia de algo maior do que elas mesmas. O egoísmo e a autossuficiência poderiam levar ao abandono da fé, pois a necessidade de confiar em algo superior seria perdida.
2. Sofrimento e desesperança: O desconforto, as tragédias e as injustiças do mundo são frequentemente usados para questionar a existência de um Deus benevolente. Colocar as pessoas em situações em que enfrentam sofrimento aparentemente injustificado pode levá-las a duvidar da bondade ou da existência do divino.
3. Distração e superficialidade: Manter as pessoas tão ocupadas com o barulho da vida moderna, distrações como tecnologia, entretenimento e preocupações materiais, que não têm tempo ou interesse em explorar tópicos profundos como espiritualidade ou propósito transcendental.
4. Relativismo moral: Promover a ideia de que não existem verdades absolutas, de que tudo é relativo e subjetivo, poderia corroer a base moral de muitas crenças religiosas. Se tudo for igualmente válido, então o sentido da fé pode ser diluído, tornando tudo difuso e confuso.
5. Cientificismo extremo: Exaltar a ciência como única fonte válida de conhecimento e menosprezar o espiritual ou religioso como superstição ou arcaísmo, eliminando a ideia do transcendente em favor do puramente material.
6. Hipocrisia dentro das instituições religiosas: Expor ou mesmo promover a corrupção, a imoralidade e os escândalos dentro das instituições religiosas podem fazer com que as pessoas percam a confiança na sua fé. Se os líderes ou instituições que representam a fé falharem, muitos poderão abandoná-la completamente.
7. Divisão e conflito: Incentivar o ódio e a divisão, mesmo entre os crentes, pode levar as pessoas a se afastarem da fé. A religião apresentada como fonte de paz é minada por conflitos internos ou guerras em seu nome.
Esses métodos seriam indiretos e sutis, fazendo com que o afastamento da fé parecesse uma consequência ‘natural’ das circunstâncias, e não uma manipulação óbvia. O que você acha dessa ideia?”.
O pastor Cristiano Cunha da Comunidade Ebenézer, de Ibirubá/RS, alerta que, apesar de parecer uma brincadeira, é preciso ter discernimento em tudo. Ele acredita que qualquer inteligência artificial, se mal utilizada, poderá gerar dúvidas e confusões entre as pessoas. “A própria Bíblia nos diz, em 1 Tessalonicenses 5:21-22: ‘Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda aparência do mal’”, reflete.
O pastor acrescenta que, como qualquer tecnologia, o problema está no uso que se faz dela. “Uma IA pode ser uma ferramenta de apoio, mas nunca deve substituir a nossa fé e dependência em Deus. Devemos sempre buscar a sabedoria em Cristo, usar a tecnologia para o bem, e lembrar que Deus é soberano, acima de qualquer criação humana”, conclui.