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quinta-feira, 28 março 2024

Cazaquistão em crise: geopolítica e os cristãos em risco

Cazaquistão
Foto: reprodução/ Sputnik

Nesta sexta-feira (7), Tokayev, presidente do país disse que ordenou às forças de segurança a “atirar sem avisar”

Por Marlon Max

O Cazaquistão se tornou notícia no mundo e, em meio a protestos, o presidente do país renunciou ao governo. A manifestação começou devido ao aumento do gás liquefeito de petróleo (GLP), que dobrou de valor. Há informações de que quase 8 mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e mais de 160 foram mortas, incluindo três crianças.

Enquanto o país passa por este momento de turbulência, os cristãos se preocupam também com as possíveis mudanças na Lei da Religião. O presidente Tokayev assinou a lei em 29 de dezembro, mas ainda é possível que essa nova lei não seja executada.

“Vemos a rapidez com a qual a situação de um país pode mudar, como está em Salmos 46.6: ‘Nações se agitam, reinos se abalam; ele ergue a voz, e a terra se derrete’”, disse Jan de Vries (pseudônimo), parceiro da missão Portas Abertas na Ásia Central.

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Em meio ao aumento das tensões no Cazaquistão, forças de segurança informaram ter matado dezenas de manifestantes antigoverno em uma operação para restaurar a ordem na principal cidade do país, Almaty.

A ofensiva ocorreu depois que os manifestantes tentaram assumir o controle de delegacias, disse uma porta-voz da polícia. Pelo menos 18 membros das forças de segurança morreram em confrontos na cidade.

O Ministério da Informação e Desenvolvimento Social do Cazaquistão, que decreta o controle sobre o exercício da liberdade de religião ou crença, preparou mudanças na Lei da Religião. De acordo com Portas Abertas, as mudanças previstas têm o intuito de dificultar a realização de reuniões cristãs, e isso afetaria consideravelmente as igrejas que não são registradas.

Cenário de caos

Um líder da igreja local disse que sente como na Perestroika. A Perestroika foi um plano de reestruturação econômica da antiga União Soviética, porém, não obteve sucesso, e transformou o período em um caos econômico. A pobreza foi espalhada e os benefícios sociais removidos.

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Foto: Unsplash

“Tudo que acontece neste momento me lembra a época da Perestroika. As lojas estavam fechadas, como agora. Há longas filas para o pão, e só podemos comprar uma unidade. Ouvi dizer que uma mãe de cinco filhos, querendo alimentar a sua família, pediu para comprar pelo menos um pão extra e não pôde. A situação também é complicada pelo fato de que existem pessoas roubando lojas e roubando outras pessoas. Como igreja, nos mantemos calmos e oramos pelo nosso país. O que pode ser bom dentro dessa agitação política é que a nova lei religiosa não será executada. Essa nova lei afetaria as muitas igrejas domésticas que não têm registro legal”, conta o líder da igreja local.

Apesar de o Cazaquistão ter passado por uma grande reforma governamental, a perseguição aos cristãos no país não mudou ao longo dos anos. A legislação restringe a capacidade de adorar livremente. E as autoridades aumentaram o controle sobre a expressão religiosa no país, o que significa aumento da vigilância, incursões em reuniões e prisões na igreja. O governo usa a ameaça do islã militante para restringir mais liberdades.

Os protestos começaram por causa de um aumento no preço dos combustíveis anunciado pelo governo, que depois recuou na sua decisão. Mas outros fatores também estão gerando descontentamento no país.

Para complicar o ambiente ainda mais, uma força estrangeira de manutenção de paz chegou ao país. Essa ajuda militar externa é liderada pela Rússia e foi feita a pedido do atual presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev , que assumiu o cargo em 2019.

Nesta sexta-feira (7), Tokayev disse que ordenou às forças de segurança a “atirar sem avisar”.

Com informações Portas Abertas e BBC

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