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segunda-feira, 18 março 2024

Casagrande avalia primeiro ano da gestão e aponta metas para 2020

Nova faixa na Terceira Ponte, integração das ciclovias municipais, mais ônibus com ar condicionado e aquaviário integram a lista de compromissos até 2024

A revista ES Brasil, publicação da Next Editorial, empresa proprietária também da revista Comunhão, entrevistou no encerramento do ano de 2019 o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande. Nos últimos anos, o Estado mais evangélico do Brasil vem sendo referência de equilíbrio fiscal e também começa a vencer outros desafios como a queda nos índices de criminalidade. Confira a entrevista cedida pela ES Brasil à Comunhão.

Veja entrevista exclusiva com o governador Renato Casagrande. Quais foram os principais desafios neste primeiro ano de gestão? O que esperar para 2020? O chefe do Executivo comemora vitórias como a entrega da Avenida Leitão da Silva, a ampliação dos Programas Estado Presente e Escola de Tempo Integral, mas também aponta melhorias que ainda precisam ser estruturadas para que o Espírito Santo atinja o patamar de desenvolvimento desejado e possível. Confira!

Entre essas atuações, qual delas foi o de melhor resultado?

Tivemos resultados muito bons nas três áreas mais demandadas pela sociedade. Na saúde, estamos trabalhando fortemente com os municípios: treinando médicos, dentistas e enfermeiros, melhorando a gestão dos hospitais e já credenciando entidades privadas e filantrópicas que queiram prestar serviços de consultas. Do mesmo jeito na educação: o atendimento a todas as escolas, com infraestrutura, tecnologia, apoio aos diretores, está dando ânimo. Também estamos reprimindo o aumento brusco da população carcerária, com audiência de custódia e ressocialização com tornozeleira eletrônica. Isso tem garantido resultado, terminando o ano com redução de homicídio. Em 2010, o Espírito Santo era o segundo mais violento do Brasil e, com a implantação do Estado Presente, passou a reduzir os homicídios a cada ano. Ainda não temos o resultado deste ano, mas com certeza será muito melhor que o de há 10 anos e com um índice que cai a cada ano. Ainda sobre o que produzimos de resultado nesse tempo, é só olhar como foi a inauguração da Avenida Leitão da Silva. Entregamos em meses a obra que ficou inacabada durante esses quatro anos.

Renato-Casagrande

Que outras obras desse porte o capixaba pode esperar?

A Avenida Leitão da Silva foi um exemplo claro do nosso compromisso em resolver rápido essa situação. Contratei a obra em 2014 e inaugurei-a em 2019. Já poderia ter ficado pronta. Publicamos o edital também do Portal do Príncipe, na região da Vila Rubim e Rodoviária de Vitória. Não resolve o problema de engarrafamento, mas, além de embelezar ainda mais a entrada da capital, aumenta a velocidade do fluxo de quem vem de Cariacica e Vila Velha de manhã cedo. Também começaremos em 2020 o túnel de Carapina, de Bairro de Fátima a Jardim Carapina, facilitando muito a movimentação de veículos naquela região conflituosa de trânsito. Queremos iniciar a ampliação da Terceira Ponte, mais uma faixa de cada lado. Temos a ordem de serviço da Elcio Alvares (ES-388), nome dado pela Assembleia Legislativa à rodovia que liga o Centro de Vila Velha a Amarelos, em Guarapari (da Rodovia do Sol até a BR-101). Iremos realizar a recuperação da Avenida Abdo Saad, importante para Jacaraípe, pois é uma via com seus dias vencidos. Essas são obras metropolitanas que irão facilitar a mobilidade, além dos investimentos que a gente fez na renovação dos ônibus com ar-condicionado.

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“O Fundo Soberano é uma grande novidade, só o Espírito Santo tem. Montamos essa iniciativa com recursos nossos e do Tesouro. Meu governo está abrindo mão de R$ 1,5 bi para o futuro do capixaba”

O que haverá de melhorias no transporte público? O aquaviário sai?

Haverá a continuidade dos ônibus com ar-condicionado e Wi-Fi. Meu compromisso é até o final de 2022 termos 600 deles, ônibus que fazem as linhas troncais (entre os terminais), as viagens mais longas. Vamos renovar mais de mil ônibus da frota, que estava havia cinco anos sem renovação; melhorar o Mão na Roda – serviço de atendimento a pessoas com deficiência; e continuar investindo em tecnologia, como a integração do pagamento em cartão no Transcol e nas linhas municipais de Vila Velha e Vitória, que também queremos transformar em um único sistema.
Vamos implantar o aquaviário. Esse é um processo que está em andamento e que, se Deus quiser, entregaremos até o final do nosso governo. E tudo isso é um processo de recuperação para melhorar o transporte coletivo e algumas faixas exclusivas de ônibus, como em Camburi, um avanço que os grandes centros têm. Isso pode criar uma dificuldade para quem tem automóvel, mas temos de priorizar o transporte coletivo. Vamos continuar implantando ciclovias, como na Leitão da Silva, onde inauguramos a ciclovia de ponta a ponta. Faz parte de um trabalho para integrar completamente os municípios da Grande Vitória para atender a quem pretende trabalhar e locomover-se de bicicleta.

O Programa Estado Presente é apontado por especialistas como eficaz e eficiente. Na prática, que ações integradas foram priorizadas?

Vamos colocar a máquina para girar de novo. Porque esta é a visão que você colocou: o Estado Presente é reconhecido no Brasil e fora do país. Nós estamos alinhando a estrutura policial. Acompanho todos os meses uma reunião – com comandantes, delegados e representantes de outros poderes, dos municípios – tratando desse tema. Analisando o resultado em cada uma das cinco regiões, e das 20 áreas, cada uma delas tem um comandante, um delegado que tem a incumbência de produzir resultados, e isso tem surtido efeito. Ao mesmo tempo, montamos a estrutura de proteção social: cada Secretaria atuando nas áreas mais vulneráveis do Estado. Por exemplo, no Programa de Estágio do governo, a maior parte dos estagiários tem que vir dessas comunidades. O Programa de Formação Profissional, o Qualificar ES, os principais investimentos em drenagem e pavimentação, investimentos no esporte, tudo está voltado às áreas mais vulneráveis. Temos uma programação para o Estado todo, mas cada Secretaria, cada órgão, tem de ter uma programação para as regiões mais vulneráveis.

O que avançará em relação às escolas de tempo integral, uma das 223 prioridades desta gestão?

O governo anterior abriu 32 escolas em quatro anos. Em 2019, abrimos quatro que já haviam sido programadas pela gestão passada. Agora em 2020, vamos abrir 28 novas escolas. Então, em dois anos, serão 32 escolas e tempo integral. E queremos abrir de 20 a 30 novas unidades em tempo integral, a cada ano. Vamos ter 50 escolas a mais, o que vai totalizar mais de 80 escolas abertas em tempo integral, nesta gestão. Em 2020 estaremos atendendo em torno de 17 mil alunos, cerca de 14%, em tempo integral.
E a programação é chegar próximo de 25% até 2022, para entrar 2024 com essa meta vencida.

Renato-Casagrande

Como está o Pacto pela Aprendizagem?

O programa está indo muito bem. Nosso compartilhamento de ações com os municípios é um trabalho importante. São 100 creches que vamos construir. Estamos conquistando o financiamento com o Banco Interamericano para possamos fazer essas creches. Estamos produzindo material com os municípios, conteúdo para que trabalhemos juntos. Estamos formando professores municipais, e vou fazer uma mudança na distribuição de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), tudo aquilo que cabe ao Estado quanto à mudança na lei. Vamos colocar um peso na educação: quanto melhor o desempenho do município nessa área, mais ICMS ele receberá. Porque entendemos que educação, inovação e formação profissional são um caminho fundamental para que possamos aumentar a competitividade do Espírito Santo.

“A partir de 2020, o Estado sairá da prestação de serviço de média complexidade, como exames e consultas com especialistas, e cofinanciará o município para que este possa prestar esse trabalho diretamente ou por meio de consórcio”

O que tem sido feito para destravar a máquina metropolitana?

Essa pergunta é muito boa, porque a gente discute isso há tempos e não consegue implementar uma ação coletiva. Mas vale destacar que agora a Associação dos Municípios, o prefeito Gilson Daniel, está formando um consócio que permitirá, por exemplo, realizar compras coletivas. E isso vai ser muito bom. Estamos também montando em cada microrregião, e a Metropolitana é uma delas, um conselho para que se definam com clareza os investimentos estruturantes para que possamos orientar melhor os recursos. Reativamos na região metropolitana o Condevit. Por exemplo, estamos implementando o Quilômetro Zero na região Leste/Oeste, na entrada do Shopping Moxuara, em frente à Ceasa, realizando melhorias naquele trecho. Estamos trabalhando muito para terminar a obra da Alice Coutinho, agarrada há muitos anos. Há ainda os investimentos em macrodenagem que Vila Velha e Cariacica receberão a partir do ano que vem. Vamos instalar 11 bombas de sucção para bombear a água em época de chuva, um sistema todo controlado remotamente para aliviar os bairros que hoje sofrem muito com alagamentos. Nunca vamos conseguir impedir que um bairro receba a água, mas temos como aumentar o fluxo da água para que não fique empoçada por horas e dias, como temos visto em Vila Velha e Cariacica. Ainda temos investimentos de macrodrenagem e a implantação do cerco inteligente de segurança, já existente em Vitória, que vamos ampliar para a região metropolitana.

A estratégia de regionalização da saúde desafogou os hospitais?

Não vou dizer que já tenha dado repercussão nos hospitais, ela vai dar. Estruturamos bem a parceria com os municípios, formando profissionais especializados em saúde da comunidade da família, médicos, enfermeiros e odontólogos, vinculando isso a especialistas que são referências do Estado, para que o profissional da base possa fazer consulta em caso de dúvida. A partir de 2020, o Estado sairá da prestação de serviço de média complexidade, como exames e consultas com especialistas, e cofinanciará o município para que este possa prestar esse trabalho diretamente ou por meio de consórcio. Estamos também melhorando a gestão hospitalar. Para se ter uma ideia, no Antônio Bezerra de Faria, hospital estadual em Vila Velha, no início do ano, o tempo de médio de internação era de cinco a seis dias; agora passou para três ou quatro dias. Uma economia enorme, apenas por otimizar a gestão. Queremos que essa seja uma medida adotada em todos os hospitais do Estado e também naqueles gerenciados por organizações sociais.

Como está a articulação do governo do Estado com a bancada federal?

Muito boa a relação com a bancada federal. Tanto é que o governo federal está colocando recurso para dar sequência à implantação do contorno do Mestre Álvaro. A bancada colocou recurso em saúde, segurança pública e agricultura e para o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Está indo muito bem, só que o governo federal está fazendo o estudo de concessão da Companhia Docas (Codesa) e ainda não sabemos qual vai ser o modelo adotado. Queremos que nos garanta a construção da ferrovia em direção ao Rio de Janeiro. O governo federal não pode abrir mão de aplicar recursos em rodovias, por exemplo. Para a BR-262, pode fazer concessão no futuro? Sem problema nenhum. Mas, sem ter o investimento público, pode ficar com o pedágio muito alto, e a concessão pode demorar muito tempo para começar a obra; a BR-262 não suporta esperar mais. Nosso pedido ao governo federal prioritário com a bancada é que consigamos recurso do Orçamento para investir um pouco na BR-262.

Renato-Casagrande

Que projetos poderão contar com o Fundo Soberano?

O Fundo Soberano é uma grande novidade, só o Espírito Santo tem. É montado com recursos nossos e do Tesouro. Meu governo está abrindo mão de R$ 1,5 bilhão para o futuro do capixaba. Do montante do Fundo, 20% serão como uma poupança intergeracional. Daqui a 30 ou 40 anos, os capixabas decidem o que fazer com esse dinheiro. Mas 80% vamos investir em empresas privadas. E qual a importância de fazer isso? Primeiro, gera confiança. O investidor sabe que, além de uma boa gestão fiscal, temos um Fundo Soberano. O capixaba fica seguro para formar e criar sua família, viver aqui. O empreendedor daqui ou de fora tem segurança para fazer investimento. Estamos pensando no longo prazo, e não só da mão para a boca, que seriam os quatro anos do mandato. Além disso, saímos da dependência do petróleo e do gás, uma riqueza que daqui a pouco poderá não ser mais tão significativa. Até porque o petróleo é um combustível fóssil, e outras fontes de energia estão chegando, como a solar, a eólica, a biomassa e o hidrogênio. A sociedade mundial pressiona para que não haja tanta emissão de carbono como se tem com o uso de gasolina, óleo diesel e outros derivados do petróleo. Então, é preciso compreender a responsabilidade que temos com o nosso futuro, futuro de quem está aqui, de quem vai vir e morar no Espírito Santo.

“A expectativa para a economia brasileira é muito boa. Mas é importante preservar os direitos conquistados, o meio ambiente; estabelecer e cultivar a paz, e não a violência. É importante ser respeitoso e tolerante com as pessoas”

Como está a busca estratégica por novos parceiros comerciais?

Temos acordos nacionais e internacionais. Vamos lançar no dia 17 de fevereiro o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Espírito Santo-Minas Gerais. Estados que têm tudo a ver um com o outro; chamo de política da “Moqueca com Pão de Queijo”.
Os mineiros podem usar nossos portos para sair para o mundo ou importar para Minas. Enquanto isso, ganhamos com essa atividade econômica aqui. É uma parceria de ganha-ganha. Temos de construir relações boas com Minas, Rio, Bahia e outros estados. Temos de caminhar pelo mundo afora. Em 2019, pude ir à Itália e a Portugal, andei muito por São Paulo, Brasília e Rio, além de participar de reuniões pelo consórcio Sul-Sudeste. Somos um Estado pequeno em população, mas temos qualidade na prestação de serviços. Se isso continuar acontecendo, vamos conseguir projeção nacional e internacional.

Diante do que se espera da economia a partir de 2021, como se posiciona o Espírito Santo?

Ah, nós vamos andar mais rapidamente do que o Brasil. Minha avaliação é essa. Tenho muito expectativa de que o país melhore na área econômica. Mas é importante preservarmos os direitos conquistados nesses últimos anos, preservarmos o meio ambiente, estabelecermos e cultivarmos a paz, e não a violência. É importante ser respeitoso e tolerante com as pessoas. Então, tão quanto a economia, as outras questões são fundamentais para nós. Mas, se o Brasil voltar a caminhar um pouco na área econômica, o Espírito Santo poderá andar com mais velocidade, porque temos um histórico de boa gestão fiscal, Estado organizado, estabilidade institucional, relação boa com a sociedade. Essas premissas de governo, de responsabilidade social, fiscal, de sustentabilidade e de democracia em alta intensidade, podem fazer com que o Espírito Santo ande mais depressa que outros estados.

“A Jacqueline é uma companheira extraordinária. Está me ajudando muito na implementação da política das mulheres em todas as frentes, especialmente no enfrentamento da violência. Vemos atrocidades de homens achando que são proprietários das mulheres. Precisamos formar uma cultura de respeito aqui no Espírito Santo”

Como o senhor avalia a atuação da vice-governadora Jacqueline Moraes?

A Jacqueline é uma companheira extraordinária, me ajuda muito em diversas áreas: representação institucional, encaminhamento de outras políticas internas de governo, debate interno na gestão. Está me ajudando muito na implementação da política das mulheres em todas as frentes: formação e qualificação profissional, empreendedorismo feminino, definição de política na área da saúde, trabalho com a mulher rural e, especialmente, enfrentamento da violência. Temos ainda um Estado marcado pela violência contra as mulheres. Vemos ainda atrocidades de homens achando que são proprietários das mulheres. A mudança de cultura exige uma representação, e a Jacqueline, mulher negra, no centro do poder, é uma demonstração de que a mulher é totalmente capaz para exercer todas as atividades. Precisamos embutir, criar e formar uma cultura de respeito aqui no Espírito Santo.

Renato-Casagrande

Que mensagem o senhor deixa ao capixaba?

Primeiro queria agradecer ao povo capixaba e também a Deus por ter nos conduzido até aqui. Como disse no início, foi um ano complicado, mas que estamos apresentando um bom resultado, um trabalho com a população capixaba, porque ninguém faz nada sozinho. Trabalhamos com minha equipe, com outros poderes, com pessoas que estão nos ajudando no dia a dia. Desejo sinceramente que possamos energizar nosso coração, nossa alma, com espírito solidário, fraterno. Que em 2020 continuemos caminhando juntos e que possamos produzir muito com a população que mais precisa de nós. Que possamos chegar cada vez mais a essas pessoas e transformar a vida delas para o bem.

Qual o peso que o esporte tem nessa gestão no projeto de segurança?

O esporte é um instrumento de integração das comunidades e da sociedade. Estamos fortalecendo o Bolsa Atleta, importante para dar um pouco de estabilidade aos atletas. Estamos voltando com o CompetEsportivo, para ajudar atletas de todos os municípios a viajar para uma competição nacional ou internacional. Também faremos investimentos em infraestrutura para que as comunidades tenham onde praticar esportes. Estamos colocando o esporte com um instrumento de grande integração, de enfrentamento à violência e de oportunidade para todas as pessoas. Não só o esporte de alto rendimento, mas o esporte comunitário, aquele que pode gerar um ambiente de integração entre as pessoas.

“Vamos implantar o aquaviário. Esse é um processo que está em andamento e que, se Deus quiser, entregaremos até o final do nosso governo”

Algum projeto que o senhor gostaria de ter concluído esse ano e precisou ser adiado?

A plataforma da Rotan por exemplo, do Batalhão de Missões Especiais (BME), é um programa de retomada das forças especializadas, que gostaria de ter efetivado esse ano e não foi possível. Chegamos com o efetivo muito baixo e autorizamos a contratação de mais oficiais. As outras coisas andaram dentro da normalidade do nosso tempo .

Como funciona o Bolsa Capixaba?

É um apoio às famílias que estão em extrema pobreza no Espírito Santo, um investimento importante, por isso quero ampliar. Hoje atendemos 22 mil famílias que têm criança em idade de estudo com o Bolsa Capixaba, que funciona complementando o Bolsa Família.


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