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sexta-feira, 19 abril 2024

Caracterizando o discipulado cristão

“Por natureza, o discipulado é silencioso e discreto – Tem nada a ver com palco, som, luzes, pregação, sala de aula”

Por Joarês Mendes de Freitas

Discípulo é o termo mais comum no Novo Testamento para identificar os seguidores de Cristo. Waylon Moore conta 276 ocorrências (Multiplicando Discípulos, p.21). Tudo começou quando encontrando Pedro, André, Tiago e João junto ao mar da Galileia, Jesus disse: “Venham após mim” e eles o seguiram (Mateus 4.18ss). Por 3 anos compartilharam a vida nas mais diferentes circunstâncias.

Jesus viveu e ensinou o relacionamento discipular. Em Marcos 3.13ss, ao separar o grupo apostólico, lemos que o Senhor “escolheu doze para estarem com ele”. Esse grupo foi chamado para uma convivência íntima e diária. No texto de Mateus 28.19 Jesus dá esse comando: “Vão e façam discípulos…”

Discipulado não é uma invenção da igreja contemporânea, como afirma J. Heinrich Arnold “O discipulado cristão não é algo que criamos…” (Philip Yancey, Oração, p.62). Por isso, se queremos viver em obediência a Cristo, essa deve ser a agenda prioritária de cada crente e de cada igreja.

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Muita coisa tem sido equivocadamente chamada de discipulado, o que descaracteriza a principal estratégia do cristianismo, além de induzir a uma certa desvalorização de algo tão relevante para a vida cristã. Alguns sinalizadores podem nos ajudar numa melhor definição do que seja discipulado:

Por natureza, o discipulado é silencioso e discreto – Tem nada a ver com palco, som, luzes, pregação, sala de aula. Acontece de modo informal nas circunstâncias naturais do dia a dia;

Há que ser relacional – Trata-se de um relacionamento que envolve convivência próxima, intimidade e compartilhamento na jornada da vida;

Precisa ter profundidade – A caminhada discipular vai além do conhecimento. Envolve a vida como ela é, mexe com os nossos valores, motivações, qualidades e defeitos. Juan Carlos Ortiz afirma que “discipulado não consiste em transmissão de conhecimento ou informação, é uma transmissão de vida” (O Discípulo, p.117);

Uma experiência duradoura – Discipulado não é um modismo, algo passageiro, efêmero. O processo pode impactar gerações através da multiplicação continuada;

Essencialmente cristocêntrico – O modelo para o discipulado é Jesus, sua vida, sua obra e seus ensinos. O objetivo é alcançar a medida da estatura completa de Cristo (Efésios 4.13);

Requer vida transparente – No discipulado não há lugar para quartos escuros, máscaras, um estilo de vida dupla. Nesse relacionamento a vida é aberta e vai revelar o que realmente somos.

Além disso, o discipulado cristão é BÍBLICO, baseado no ensino das escrituras; é FLEXÍVEL, acontece no contexto natural dos relacionamentos; é PRÁTICO, uma aplicação da Palavra de Deus às circunstâncias comuns da vida.

Nos dias atuais, o discipulado precisa superar algumas dificuldades que serão encontradas no caminho, tais como a falta de uma cultura discipular; a busca de resultados rápidos; o excesso de atividades da igreja; a superficialidade dos relacionamentos; a síndrome das multidões e um estilo de vida sem transparência.

Joarês Mendes de Freitas é pastor emérito da Primeira Igreja Batista em Jardim Camburi, Vitória, ES

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