O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países com maior número de casos no mundo, seguido da Indonésia
Por Patricia Scott
Nesta terça-feira (30), é o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. A data chama atenção para a importância do diagnóstico precoce da doença. Dessa forma, sequelas são evitadas e a transmissão também é interrompida.
No entanto, a descoberta tardia da doença pode causar deformações. O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países com maior número de casos no mundo, seguido da Indonésia, de acordo com o “Boletim Epidemiológico de Hanseníase”, do Ministério da Saúde.
“A principal importância do diagnóstico precoce da hanseníase deve-se ao êxito no tratamento”, explica a enfermeira do Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), Leidijany Paz, conforme informação do site da secretaria de saúde do Distrito Federal.
É importante destacar que a hanseníase afeta a pele e os nervos. A doença é transmitida pelo ar por gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas infectadas e que não estão em tratamento.
Segundo Leidijany, “o diagnóstico é feito a partir da avaliação clínica conforme os sinais e os sintomas. O tratamento é todo disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”.
O tratamento da hanseníase acontece com antibióticos, e os medicamentos são fornecidos pelo SUS. O acompanhamento médico deve ser feito até o fim, para que a cura seja definitiva. O atendimento é realizado nas unidades básicas de saúde.
Conforme informação da secretaria de saúde do DF, a maioria das pessoas consegue se defender naturalmente da bactéria responsável pela enfermidade. No entanto, cerca de 10% desenvolvem a doença. Em geral, é preciso uma relação próxima e frequente para que a doença instale-se. Assim, todas as pessoas que convivem com o doente devem ser examinadas.
Mudança de abordagem
A Estratégia Global de Hanseníase 2021-2030 traz uma mudança significativa na abordagem ao enfrentamento da hanseníase no mundo. As estratégias anteriores estavam direcionadas para a eliminação da hanseníase como problema de saúde pública, tendo alcançado avanços significativos na redução da carga global da hanseníase nas últimas três décadas.
Contudo, a nova estratégia centraliza esforços para a interrupção da transmissão e o alcance de zero casos autóctones, trazendo como visão em longo prazo: zero hanseníase, zero infecção e doença, zero incapacidade, zero estigma e discriminação.
No Brasil, a Estratégia Nacional para o Enfrentamento da
Hanseníase 2023-2030 traz a visão de um Brasil sem hanseníase. Esse plano estratégico está alinhado aos compromissos internacionais propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas (ONU).