Lançado neste domingo, 7, campanha do Governo Federal e Conselho Nacional de Justiça combate à violência contra a mulher
O amor não causa dor, não causa medo, não deixa trauma ou dívidas. São mensagens assim que estão em campanha do Governo Federal com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para combate à violência contra a mulher em todo o país. Campanha foi lançada neste domingo, 7, véspera do Dia Internacional da mulher.
“Nós temos uma meta ousada no governo do presidente Jair Bolsonaro: erradicar a violência contra a mulher no Brasil. Estamos buscando isso com a ajuda de parceiros, como o CNJ”, afirmou a ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
- A cada minuto, 30 mulheres são vítimas de violência
- 78% das mulheres tem muito medo de ser estupradas
- A não naturalização da violência doméstica também é papel da igreja
A ação publicitária traz peças e vídeos que estão no site (MMFDH) e serão encaminhadas para órgãos e instituições ligadas ao Poder Judiciário, como cartórios e tribunais de Justiça.
Violência física, psicológica e patrimonial
Para a secretária Nacional de Políticas para Mulheres, Cristiane Britto (Republicanos), o objetivo da campanha é chamar a atenção para as diversas violências físicas, psicológicas e patrimoniais sofridas por mulheres, e informar os canais de denúncia.
“Em vários estados brasileiros, como Distrito Federal e São Paulo, 70% das mulheres vítimas de feminicídio nunca denunciaram, nunca passaram pela rede de atendimento. E essa campanha vem exatamente focar e falar para essa mulher: ‘denuncie, você não está sozinha’”, Cristiane Britto.
Denúncias
A medida visa frear o número de denúncias de violência contra a mulher, que chegou a 105.821 em 2020. Destes, 72% são referentes à violência doméstica e intrafamiliar. Foram quase 290 denúncias por dia ou uma a cada cinco minutos, aponta o balanço tanto do Ligue 180 (central de atendimento à mulher) quanto do Disque 100 (direitos humanos).
Os registros dos canais de denúncia apontam que a maioria das mulheres vítimas de violência se declarou parda, tem de 35 a 39 anos, possui ensino médio completo e renda de até um salário mínimo. A maioria dos suspeitos de agressão, apontam os dados, são homens brancos com idade entre 35 e 39 anos.
De acordo com o levantamento, as denúncias representam cerca de 30,2% do total de 349.850 recebidas em 2020.
Como denunciar
Gratuitos, o Disque 100 e o Ligue 180 são serviços para denúncias de violações de direitos humanos e de violência contra a mulher, respectivamente. Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia pelos serviços, que funcionam 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.
Além de cadastrar e encaminhar os casos aos órgãos competentes, a Ouvidoria recebe reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. De acordo com o ouvidor Nacional de Direitos Humanos, Fernando Ferreira, 98% das ligações são atendidas em cerca de 50 segundos.