O Brasil ocupa o 8º lugar do mundo em suicídio. A Frente Parlamentar de Combate ao Suicídio e Automutilação no Brasil discute o tema como forma de prevenção. “Temos que conviver melhor uns com os outros, apesar de nossas diferenças”, disse Davi Lago
Por Priscilla Cerqueira
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, cerca de 800 mil pessoas se suicidam todos os anos. Outro alerta é que o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Como forma de prevenção, a Frente Parlamentar de Combate ao Suicídio e Automutilação no Brasil promoveu um Simpósio Nacional Virtual sobre o assunto.
A primeira parte do evento, foi realizado na quinta-feira passada (10), parlamentares alertaram para falta de ambulatórios especializados na prevenção do suicídio.
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“Existe luz nesse túnel e vida que precisa ser continuada. Conte sempre com o meu apoio. precisamos trazer a boa informação para a população, dignidade humana equilíbrio emocional para as pessoas e para as famílias”, disse a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF).
Suicídio entre os jovens
Em sua palestra, o pastor Davi Lago, pesquisador e embaixador da ONG Visão Mundial, lembrou que o enfrentamento do suicídio é uma tarefa de todos os brasileiros, já que o tema é real, grave e urgente. Chamou atenção para as estatísticas de suicídio entre os jovens, já que eles representam 50 milhões de pessoas no país.
“A juventude está mais urbanizada e conectada, porém está sem perspectiva, sem horizonte por conta da situação que vivemos hoje, com falta de empregos. É justamente nesse meio complicado e complexo que gera dados alarmantes. O suicídio é a 4 maior causa de morte entre os jovens no Brasil. Todas as instituições, inclusive a igreja, precisam fazer alguma coisa”, disse.
Outro ponto abordado pelo pastor foi a questão do repeito às pessoas, mesmo com as diferenças de pensamentos. E reforçou a importância da empatia e o respeito.
“Não podemos esvaziar as pessoas da sua humanidade. Não podemos confundir democracia com baderna. O conflito de ideias é legítimo, mas antes de criticar, temos que ouvir as pessoas com respeito, sem cinismo e briga. Também precisamos ter empatia. Conviver não é sinônimo de concordância, mas temos que conviver melhor uns com os outros, apesar de nossas diferenças”, argumentou.
Suicídios poderiam ser evitados
No mundo, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio. A cada 3 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida. Cada suicídio tem um sério impacto em pelo menos outras 6 pessoas. Em 2020, a previsão de aumento é para 1,5 bilhões de mortes ao ano. E o Brasil ocupa o 8º lugar do mundo em suicídio.
“É uma matéria que ganha cada vez mais repercussão. Esta é uma realidade mais próxima do que imaginamos, mas extremamente silenciosa. É necessário romper o tabu, a barreira do preconceito, do silêncio e reconhecer que precisamos pedir ajuda”, disse o deputado federal, Lucas Gonzales (Novo/MG), presidente da Frente parlamentar de combate ao suicídio.
Segundo a OMS, 90% dos casos de suicídios poderiam ser evitados. A Frente parlamentar do suicídio lançou uma cartilha com orientações sobre o tema. “Mude a rota mas não desista do caminho. A vida é um dom divino. Viver vale a pena e a cada dia podemos recomeçar”, declarou Emily Silva, secretária nacional da Juventude.