28.8 C
Vitória
quinta-feira, 28 março 2024

Calendário “livre de religiões” é proposta de cientistas para estudo espacial

Foto: Reprodução

O calendário gregoriano, dizem os pesquisadores, “zerou” a contagem de anos e gera desafios na apuração de tempo em outros países

Por Patricia Scott

Um calendário de exploração espacial “livre de religiões”. É a proposta de cientistas da Academia Chinesa de Tecnologia do Espaço. Eles justificam em estudo, publicado no Journal of Electronic Measurement and Instrumentation, que o uso de mecanismos centralizados em conceitos de fé – como calendários “antes” ou “depois de Cristo”, entre outras marcações, geram desafios desnecessários para analisar a passagem do tempo em outros planetas.

“O ponto inicial do tempo usado pelo calendário gregoriano é relacionado a uma religião”, ressaltam os pesquisadores no estudo, que ainda enfatizam: “Um novo tipo de [marcação do] tempo é necessário para os cálculos fora da Terra”. O único problema, de acordo com os especialistas, seria escolher o pulso específico de uma estrela de nêutrons para servir como elemento constante.

Afastar a contagem do tempo do esquema gregoriano é algo que tem interessado a vários cientistas. Em países de idioma inglês, por exemplo, tornaram-se comuns as siglas “BCE” e “CE” – respectivamente “Before the Common Era” (“antes da Era Comum”) e “Common Era” (“Era Comum”), na tradução literal -, efetivamente abandonando o “antes” e o “depois” de “Cristo”.

- Continua após a publicidade -

Jonathan McDowell, astrofísico do Museu Smithsonian, na Universidade de Harvard, afirma que cientistas planetários já utilizam sistemas fora do que chamou de “esquema terracêntrico” para medir métricas de tempo em estudos pertinentes ao espaço. “São sistemas altamente precisos”.

Os especialistas da academia chinesa, de acordo com o estudo, ressaltam a importância da criação de um método livre de dogmas de fé, tendo como base o “início do tempo” na frequência de sinal de um pulsar, nome mais específico utilizado para se referir a uma estrela de nêutrons.

Segundo os cientistas, a passagem do tempo é algo perfeitamente medido – desde que dentro dos padrões da Terra. No entanto, em Marte, por exemplo, é mais complicado. Um sinal de rádio do planeta vermelho para a Terra demora, em média, oito a 22 minutos para completar a viagem. Outro fator é que a velocidade relativa dos dois planetas está em constante mudança. Isso complica ainda mais o processo de medir o tempo.

A sugestão dos cientistas é utilizar como mecanismo de contagem o centro de massa do sistema solar como ponto de origem de coordenadas para determinar localizações no espaço. Assim, um pulso emitido por uma estrela de nêutrons pode ajudar a definir o começo da contagem de tempo a partir do momento em que este pulso chega ao centro de massa.

Isso porque, na Terra, é utilizado alguns padrões. O meridiano de Greenwich auxilia no controle de fusos-horários, um sistema de coordenadas baseado em latitude e longitude que permite cruzar referências de tempo e posição. Já o calendário gregoriano – determinado pelo nascimento de Jesus Cristo – “zerou” a contagem de anos e inverteu o que veio antes (é por isso que contagem do anos “a.C” é em ordem regressiva; e o “d.C” na ordem progressiva).

Os autores do estudo dizem que adotar um calendário livre de religiões pode ser ainda mais preciso, além de mais amplo. Segundo eles, ajudará a determinar a posição de objetos fora do sistema solar com mais exatidão.

Com informações Olhar Digital

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

- Publicidade -

Matérias relacionadas

Publicidade

Comunhão Digital

Publicidade

Fique por dentro

RÁDIO COMUNHÃO

VIDA E FAMÍLIA

- Publicidade -