Relatório dos Estados Unidos destaca fechamento de clínicas, mas aumento no uso de pílulas abortivas enviadas pelo correio
Por Patrícia Esteves
A realidade das clínicas de aborto nos Estados Unidos mudou significativamente nos últimos anos, refletindo as mudanças nas legislações estaduais e nas decisões judiciais, que aumentaram os números de estados onde elas não são mais permitidas. A revogação de decisões anteriores pela Suprema Corte dos EUA gerou um novo cenário, influenciando políticas públicas e limitando o acesso ao aborto em várias regiões do país.
Um relatório recente da organização ativista pró-vida Operation Rescue revelou que 29 clínicas de aborto foram fechadas em 2024, enquanto outras 20 deixaram de atender pacientes presencialmente. Com isso, o total de clínicas em operação caiu de 670 em 2023 para 667 em 2024, um declínio discreto, mas significativo diante do contexto legal e social em constante transformação.
Segundo o documento, 14 estados foram classificados como “livres de aborto“, o que significa que suas legislações protegem a vida desde a concepção até o nascimento, com raras exceções. Esses estados incluem Alabama, Arkansas, Idaho, Indiana, Kentucky, Louisiana, Mississippi, Missouri, Dakota do Norte, Oklahoma, Dakota do Sul, Tennessee, Texas e Virgínia Ocidental.
Além disso, estados como Flórida, Geórgia, Iowa e Carolina do Sul foram citados por implementarem leis que protegem a vida fetal a partir do momento em que o batimento cardíaco é detectável, geralmente por volta das seis semanas de gestação.


A Operation Rescue destacou ainda a tendência crescente de abandono do atendimento presencial, impulsionada pela demanda por pílulas abortivas enviadas pelo correio. “Essa tendência de clínicas de aborto abandonarem o conceito de atendimento pessoal com os pacientes enfatiza a dificuldade que as clínicas de aborto estão enfrentando para garantir e reter profissionais de aborto”, afirmou o grupo pró-vida.
“Não há dúvida de que as clínicas de aborto estão lutando para sobreviver neste ambiente pós-Roe”, comentou Troy Newman, presidente da organização. Ele também ressaltou que a contratação e a retenção de profissionais têm sido grandes desafios para essas instituições.
Mesmo antes da decisão Dobbs, o número de clínicas de aborto já estava em declínio nos Estados Unidos. Em 1991, havia 2.176 clínicas em operação, número que caiu para 720 em 2021. O atual contexto regulatório e as mudanças no comportamento das clínicas sinalizam um futuro cada vez mais incerto para a prática do aborto no país. Com informações The Christian Post