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terça-feira, 23 abril 2024

Cristãos ameaçados por budistas no Sri lanka

Monges budistas incitam população contra cristãos . Foto: Portas Abertas

Monge budista radical reúne manifestantes e acusa minoria cristã de destruir a nação

O monge budista radical Ganagoda Aththe Gnanasera Thera realizou uma manifestação em Kandy e acusou a minoria cristã de destruir a nação

Durante o comício, o monge começou a falar sobre os ataques no domingo de Páscoa, que atingiu igrejas e hotéis, e deixou mais de 350 mortos e centenas de feridos.  Ele disse que o budismo está sob ameaça na ilha e que o povo cingalês deve governar o país com a ajuda de monges nacionalistas.

Ele propôs que o governo se retirasse do estado de direito e permitisse que os monges budistas lidassem com a minoria muçulmana. Ele não fez a mais leve menção ao fato de que os ataques de Páscoa atingiram os cristãos quase que exclusivamente ou que minorias religiosas do Sri Lanka enfrentam xingamentos, saques e agressões físicas nas mãos de nacionalistas budistas.

Cristãos ameaçados por budistas no Sri lanka
No domingo de Páscoa, três igrejas cristãs foram bombardeadas no Sri Lanka. Foto: Divulgação

O monge ainda acusou a minoria cristã de converter pessoas e, assim, de destruir a nação.

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Contra o pano de fundo das próximas eleições presidenciais no final do ano, este é um sinal muito preocupante de que mais tempestades podem estar se formando, e que a perseguição aos cristãos no Sri Lanka tende a aumentar.

Não é a primeira vez que isso acontece. Em maio deste ano, cerca de 30 monges budistas lideraram uma manifestação em massa contra igrejas e reuniões cristãs no Sri Lanka. A multidão se reuniu em frente a uma igreja em que mulheres estavam reunidas e gritavam ameaças de morte e de destruição ao prédio.

Em novembro de 2017, budistas destruíram igreja no país. Ataques são comuns no país 

Eles tomaram as bíblias e agrediram às mulheres que saíam assustadas da igreja.

Menos de um mês depois, outra multidão, desta vez com cerca de duas  mil pessoas lideradas por 30 monges, realizou uma manifestação, fechando lojas e pendurando bandeiras pretas pela cidade, ameaçando cristãos e igrejas de serem fechadas ou destruídas. O protesto teve a anuência da polícia e de autoridades locais.

Perseguição

Na Lista Mundial da Perseguição 2019, a pontuação do Sri Lanka chegou a 58. Com o aumento de um ponto, o país foi para a 46ª posição no ranking. A situação dos convertidos, sejam eles ex-budistas, ex-muçulmanos ou ex-hindus, é difícil, o que pode ser identificado pela pontuação na esfera privada.

Além disso, todos os cristãos experimentam dificuldades na esfera nacional. O período de referência desta lista (de 1 de novembro de 2017 a 31 de outubro de 2018) apresenta incidentes em que vizinhos e monges budistas reclamaram para polícia ou oficiais do governo local sobre as atividades de pastores e igrejas em vilas da zona rural.

Em geral, a pressão sobre os cristãos no Sri Lanka permanece em um alto nível e é mais forte nas esferas de nação, vida privada e comunidade. Ser afetado como nação é típico para cristãos em um país que tem como principal fonte de perseguição o nacionalismo religioso.

A esfera igreja também mostra um alto nível de pressão, refletida em numerosos incidentes onde grupos, frequentemente liderados por monges budistas, apareceram em frente às igrejas, com frequência apoiadas por oficiais locais, perturbando cultos e exigindo que elas sejam fechadas.

Com relação a violência, os números subiram de 6,9 em 2018 para 7,0 em 2019, refletindo o fato de que mais de 10 igrejas foram fechadas e mais de 10 cristãos atacados. Uma demonstração disso foram os incidentes como os ataques ocorridos na Páscoa.

Conheça Nimal
Cristãos ameaçados por budistas no Sri lanka
Nimal: de analfabeto a pastor. Foto: Portas Abertas

Quando tinha 21 anos, Nimal foi convidado para uma reunião cristã onde experimentou o poder de Deus.

Depois disso, foi a vilas e cidades distantes para compartilhar as boas novas de Deus. Mas levar o evangelho no Sri Lanka é sempre um desafio.

Até hoje, ele enfrenta hostilidade por sua fé. “Eu digo que Buda já morreu e não vai voltar. Mas meu líder morreu, ressuscitou e está vivo. Deus é capaz de ajudar agora porque está vivo”, explica.

Nimal queria abrir um negócio próprio para manter a família e a igreja. Foi, então, que um parceiro da Portas Abertas soube da situação e a ajuda veio.

Com isso, ele abriu sua própria olaria em 2014, o que o permite falar de Cristo a muitas pessoas, além de conseguir ajudar a igreja. “Quando a igreja tem uma necessidade, nós ajudamos. Há cerca de 45 pessoas apoiadas, hoje, pela igreja”.

Veja

A Portas Abertas está no país e tem estabelecido planos de ação de curto e médio prazo para ajudar as famílias de Colombo, Negombo e Batticaloa.

Saiba como apoiar e ajudar os cristãos no Sri Lanka


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