Um Conselho Deliberativo assumiu a liderança da denominação, que enfrenta uma grave crise institucional
Por Patricia Scott
Em meio à crise instalada na Bola de Neve Church, nas últimas semanas, após a divulgação de um áudio que sugere grave crise conjugal entre o pastor Rinaldo Pereira, líder e fundador da igreja, e a esposa, a pastora Denise Seixas. Ambos estão afastados da liderança da denominação até que todos os fatos sejam esclarecidos.
Desde então, no início de junho, a liderança da igreja foi assumida por um Conselho Deliberativo. Não foram divulgados os nomes dos membros que o compõe. Cabe destacar que a Bola de Neve está presente em 34 países. São 560 templos, e cerca de 650 mil membros.
Por meio de nota, em rede social, o Conselho pediu “perdão primeiramente a Deus, a quem um dia prestaremos conta, pelas falhas e falta de atenção aos fatos apresentados”. Há ainda retratação à família Bola de Neve e a todos que, de alguma forma, decepcionaram-se com a condução da liderança e, também, para aqueles que saíram feridos por quaisquer falhas cometidas no Ministério. “Investimos nossas vidas pela cura, restauração e salvação de famílias, nunca para a destruição”.
Segundo o Conselho, momentos assim, apesar de toda tristeza e dor, são oportunos para aperfeiçoamentos, melhorias e reestruturação. “Não estamos emprenhados em sustentar uma placa ministerial, mas sim a Igreja, noiva de Cristo”.
O Conselho também se comprometeu a desenvolver algumas ações. O objetivo é fazer com que a Igreja mantenha a integridade e a santidade da estrutura eclesiástica.
Confira algumas medidas que foram adotadas pela Bola de Neve
- Instalação de Canal de ouvidoria para catalisar possíveis falhas e má conduta, por meio do e-mail [email protected]
- Elaboração de um Conselho de Ética para apuração e deliberação a respeito de todas as irregularidades apresentadas
- Diligência e apuração de cada caso, inclusive de foro íntimo, averiguando necessidade de afastamento ou desligamento de lideranças
- Acompanhamento de situações apresentadas pela investigação interna
- Reformulação do Regimento Interno para alinhar com mais clareza expectativas da congregação e evitar que eventos semelhantes aconteçam novamente
Sobre o caso
Enquanto isso, por determinação judicial, o apóstolo Rina está proibido de chegar a menos de 300 metros da esposa, de seus familiares e de eventuais testemunhas do caso. Além disso, a medida protetiva proíbe que ele mantenha contato com a Denise, mesmo que por outras pessoas.
As investigações estão sendo realizadas pela 9ª Delegacia de Defesa da Mulher, na zona noroeste de São Paulo. O caso foi registrado, no dia 10 de junho, como “ameaça, difamação, injúria, lesão corporal, violência doméstica, falsidade ideológica e violência psicológica contra a mulher”. Entretanto, Rina nega “qualquer prática violenta”.
Para melhor esclarecer o momento vivenciado pela igreja, a equipe Comunhão entrou em contato com líderes da denominação. No entanto, não obteve sucesso até o momento.