Quase uma semana após a explosão em Beirute, no Líbano, população enfrenta fome e escuridão. “E as vítimas estão desamparadas”, afirma Roberto Khatlab. Além disso, uma onda de protestos e confrontos acontece contra o governo
Por Priscilla Cerqueira
Como se não bastasse o luto pelas mortes da explosão devastadora da última terça-feira, 4, a população também enfrenta protestos e confrontos. A polícia libanesa lançou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que jogavam pedras e bloqueavam uma via perto do Parlamento em Beirute neste domingo, 9.
Dois ministros do governo libanês renunciaram ao cargo neste domingo, fazendo criticas ao primeiro-ministro libanês. A enorme explosão de terça-feira (4) matou 158 pessoas e feriu mais de 6 mil, além de destruir partes da cidade, num momento de crise política e econômica, gerando furiosos apelos para que o governo renuncie.
A população enfrenta uma crise econômica no país e o descontentamento com o presidente Michel Aoun. O escritor e professor brasileiro, Roberto Khatlab, que mora no Líbano, afirma que não é a primeira vez que a população vai às ruas protestar contra o governo. A insatisfação é geral.
“Em Outubro de 2019 parte da população saiu as ruas , nascendo assim uma revolução, em árabe “thaura”, que uniu os libaneses, cristãos, muçulmanos, drusos. O ano de 2020 chega a pandemia de covid 19. Mais conflitos na região e agora a explosão no porto”, disse.
Calamidade no país
Roberto afirma que a população libanesa acusa o governo de corrupção. Muita gente está passando dificuldades, até fome. “Os bancos bloquearam as contas bancarias do povo, isto faz q o país esta num abismo e as vitimas agora estão grande parte desamparada. Os hospitais estão lotados, com muitos feridos por conta da explosão. Uma verdadeira catástrofe em todos os sentidos”, relata.
Além da explosão, o Líbano registrou recorde de casos do novo coronavírus. A informação foi divulgada pelo site da rede de televisão Al Jazeera.
Protestos inevitáveis
Roberto Khatlab, que acompanha a situação dos países no Oriente Médion é categórico em afirmar que por conta do contexto crítico que o país enfrenta há muitos anos, a exigência da população é por reformas. Esse pedido vem sendo feito há muitos anos, mas até hoje nada foi feito.
A reação do povo e ainda mais com essa catástrofe que gerou a explosão, é o protesto. Nesse momento, segundo o professor, a população quer mais reformas internas que ajuda.