A votação histórica aconteceu durante convenção anual, na Califórnia. A denominação criará um comitê permanente para lidar com o assunto
Por Patricia Scott
Em votação histórica, a maior denominação protestante dos Estados Unidos, os Batistas do Sul, aprovou uma força-tarefa contra o abuso sexual de pastores. Foi durante a convenção anual, na última terça-feira (14), na Califórnia.
A igreja criará um sistema para combater a violência sexual e cuidar das vítimas. Nos últimos anos, a denominação tem sido alvo de denúncias de acobertamento de casos de abuso por parte da liderança.
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Haverá uma força-tarefa para responder às denúncias. Também será criado o site “Ministry Check”. O objetivo é rastrear pastores, funcionários da igreja e voluntários abusivos. Será avaliada ainda a implantação de um fundo para ajudar os sobreviventes, além da estruturação de um comitê permanente para lidar com o abuso sexual na denominação.
Na convenção, Bruce Frank, que presidiu a operação do abuso sexual da Convenção Batista do Sul no ano passado, enfatizou que a violência sexual não é algo que se possa ignorar. “Você vai receber um telefonema. Isso não é uma palavra de profecia. Isso é apenas matemática”, pontuou.
Bruce Frank declarou ainda que “hoje, vamos escolher entre humildade ou arrogância”. Ele continuou ao afirmar: “Vamos escolher entre o arrependimento genuíno ou ser continuamente passivos em nossa abordagem ao abuso sexual na Convenção Batista do Sul. Escolheremos entre fazer o melhor para a Glória de Deus e para o bem das pessoas, ou escolheremos, novamente, os negócios como de costume”.
Já o co-presidente da força-tarefa, Marshall Blalock, pediu uma mudança de pensamento na forma como a igreja encara o abuso. “Nossos instintos, às vezes, são sobre a proteção da instituição”. No entanto, segundo ele, é preciso mudança de cultura no pensamento. “Agora sei que nosso primeiro instinto deve ser cuidar e fornecer o melhor atendimento para uma pessoa traumatizada que foi abusada”.
Investigação independente
Liderada por Bruce Frank, a operação supervisionou uma investigação independente realizada pela Guidepost Solutions. O foco foi descobrir como os pastores lidaram com casos de abuso sexual, nas últimas décadas.
O relatório da investigação, divulgado no mês passado, apontou que os líderes batistas do sul maltrataram sobreviventes de abuso. O documento também afirmou que lidaram de forma incorreta com as denúncias e tentaram proteger a denominação a todo custo.
O levantamento pontua que os casos de abuso relatados aos Batistas do Sul são apenas a “ponta do iceberg”. Segundo o relatório, lidar com o problema encorajará outras vítimas a denunciarem.
Com informações Religion News Service e Baptist Press