Dos 182 deputados da Frente Parlamentar Evangélica, 105 seguem outras religiões.
São Paulo – Na última década a bancada evangélica no Congresso vem ganhando força. Mesmo assim, ainda está longe de representar um terço da população nas duas principais casas legislativas do país.
Um levantamento do Estado de São Paulo apontou que o grupo é composto por 84 membros. São 82 deputados e dois senadores. Eles representam 23 estados, 21 legendas partidárias. Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o número é mais que o dobro de parlamentares evangélicos eleitos em 2006.
O grupo aglutina membros de 19 denominações religiosas, 6,46% deles ligados à Assembleia de Deus. O principal poder da bancada evangélica é a atuação conjunta, independente da origem partidária. Em algumas pautas, conseguem o apoio dos Católicos, reforçando o poder de fogo.
Alguns parlamentares evangélicos, entrevistados pela reportagem divulgada pelo Estadão acreditam que podem aumentar ainda mais a participação no Congresso. Podem ainda conquistar cargos nos governos dos Estados e da União. Por outro lado, outros discordam, apontando pouca capacidade de articulação nesse sentido. Um exemplo, segundo o apontamento do jornal, é a candidata Marina Silva (Rede), que ainda não conseguiu reunir o apoio dos evangélicos, apesar de ser evangélica.
Valores cristãos
Segundo o levantamento, a união é em torno dos “valores cristãos e da família”. As principais pautas são contra o aborto, a união homoafetiva, os jogos de azar, a identidade de gênero, a escola sem partido e a legalização das drogas. Nos cálculos da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), há mais de 300 projetos em tramitação hoje na Câmara que ameaçam frontalmente os valores defendidos pelos evangélicos.
“Não é no grito que vamos conseguir o que queremos, é no voto. Daí a importância de estarmos organizados, presentes. Não podemos comer mosca”, explicou para o jornal Leonardo Quintão (MDB-MG), presbiteriano que está no terceiro mandato.
Outra estratégia para garantir a articulação entre os evangélicos é uma reunião que acontece todas as terças, na Câmara dos Deputados. Nesse encontro são discutidos projetos de interesse do grupo ou iniciativas que merecem maior foco dos evangélicos.
“Os deputados da esquerda militam. Entendemos que tínhamos de ter um grupo para militar também. A Frente funciona como uma espécie de guardiã”, pontuou o deputado deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR). Aos 70 anos ele está em seu quarto mandato. E desde o ano passado, preside a Frente Parlamentar Evangélica (FPE).
*Com informações de Estadão
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