back to top
26.9 C
Vitória
sábado, 26 DE abril DE 2025

Atentado contra Trump

Atentado contra Donald Trump

Se alguém ainda tinha dúvidas de que decididamente e inquestionavelmente o mundo está dividido em duas forças contrárias e antagônicas, o atentado contra o ex-presidente dos EUA eliminou qualquer possibilidade de um futuro (e talvez necessário) armistício

Por José Ernesto Conti

De um lado estão os chamados progressistas, que desde o término da 2ª Guerra Mundial têm insistido em uma agenda globalista, baseada em ideias materialistas e suposições filosóficas, no que Karl Marx deixou de legado, e apoiada posteriormente, de forma inquestionável, pela Escola de Frankfurt – que resumidamente estabeleceu uma nova configuração da “razão libertadora da sociedade”: a emancipação do ser humano pela arte e o prazer, a ciência e a técnica enquanto ideologia, tudo isso com o propósito de desafiar a cultura judaico-cristã que dominou o mundo desde o séc. IV, quando em 313 DC Constantino estabeleceu a religião cristã em todo o império.

O maior objetivo da ala progressista (também chamado de ideologia) é tornar a humanidade livre de todo o “peso” imposto pela cultura cristã. Daí torna-se razoável que defendam pautas como aborto, homossexualidade, drogas (desde que seja até 40 g), pequenos roubos para poder tomar cerveja, conceitos elasticamente heterogêneos do que é honestidade, adultério, mentira, prazer, luxuria etc.

- Publicidade -

Do outro lado estão os chamados conservadores, ou aqueles que insistem em manter os valores e princípios judaico-cristãos que permearam a sociedade nos últimos 2.000 anos. Creem os conservadores que esses valores, aplicados de forma correta, permitirão que a humanidade consiga viver de forma justa e equilibrada. Geralmente os conservadores não aceitam facilmente nenhuma das pautas dos progressistas, o que dificulta muito o diálogo com o grupo e, por óbvio, manter o equilíbrio para agir de forma justa.

A última eleição na França expôs, de forma crua e arreganhada, toda essa dicotomia da sociedade moderna, afastando cada dia mais qualquer possibilidade de um diálogo civilizado entre esses grupos. Pelo contrário, todos esses movimentos políticos só têm feito abrir mais essa ferida. Me parece que as lideranças de ambos os grupos se alimentam muito mais da discórdia, do enfrentamento, da beligerância, como forma de manter sua posição na luta pela primazia nas redes sociais.

É aqui que entra Donald Trump. Expoente maior da ala conservadora, consegue com sua perspicácia e (muito!) vitupério abalar os alicerces da ala progressista. O debate de duas semanas atrás na CNN com Joe Biden deixou os progressistas em polvorosa. E pior, diferente da França, onde havia uma segunda oportunidade, aliviando a derrota dos progressistas, nos EUA não há hoje um substituto para Biden. Todos os possíveis candidatos progressistas perceberam que aceitar esse desafio seria um tremendo fiasco, que pode representar seu banimento da cena política daquele país.

O atentado deste sábado na cidade de Butler, na Pensilvânia, mostrou o grau de desespero desse grupo com a falta de um oponente para disputar a Presidência dos EUA. Se não há um substituto à altura de enfrentar Trump, só restou a opção de eliminá-lo da política. E isso, na visão progressista, como mostramos acima, por mais que seja algo agressivo e desproporcional, é um recurso válido e aceitável, nas circunstâncias em que se encontra a política doméstica.

Podemos dizer que o mesmo aconteceu com Bolsonaro. Quando as forças progressistas brasileiras perceberam que Haddad não era páreo para ele, e que não havia como tirar Lula da prisão naquele momento, tomaram a mesma decisão, sem a menor dor de consciência.

Falou-se muito da “3ª Guerra Mundial”. Estamos nela! Não é uma guerra só de armas e soldados, mas uma guerra de ideias, onde conservadores e progressistas continuarão a se digladiar sem qualquer recato, princípios ou paridade de armas, usando na verdade todo e qualquer recurso, válido ou não, qualquer arma, legal ou ilegal, qualquer meio, permitido ou não, para impor ao “inimigo” grandes baixas em suas fileiras. Será uma guerra longa e sem qualquer possibilidade de tréguas.

Os organismos mundiais (OEA, ONU etc.) estão fragilizados e sem qualquer protagonismo. As próximas gerações continuarão a lutar, em todas as áreas e locais, um lado tentando libertar a humanidade das “garras do Cristianismo”, enquanto o outro lado tentando manter os princípios cristãos firmes e inabaláveis em nossa sociedade. Teremos alguns mártires de ambos os lados. Que Deus dê vida longa a Trump para que consiga superar toda essa disputa, sarcasticamente vivo.

José Ernesto Conti é pastor da Igreja Congregação Presbiteriana Água Viva e engenheiro mecânico.

Receba notícias no seu WhatsApp

Receba as novidades no seu e-mail

Acompanhe nosso canal no Google news

Mais Artigos

- Publicidade -

Comunhão Digital

Continua após a publicidade

Fique por dentro

RÁDIO COMUNHÃO

Entrevistas