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sábado, 20 abril 2024

Ataques terroristas a hotel no Mali provocaram a morte de 21 pessoas

Vinte e uma pessoas morreram e sete ficaram feridas ontem (20) no ataque realizado por jihadistas a um hotel de Bamako, capital do Mali. Os grupos terroristas Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) e Al Murabitun reivindicaram o “ataque conjunto através de uma declaração por telefone à agência de notícias privada da Mauritânia Al Ajbar.

Esta é a primeira vez que as duas organizações jihadistas declaram se unir em uma operação. O Al Murabitun, liderado pelo argelino Mokhtar Belmokhtar, é um dos grupos mais ativos na região do Sahel. Não havia brasileiros, segundo informou o Itamaraty.
Fontes no local informaram que os terroristas fizeram ainda 170 reféns, 140 clientes e 30 empregados. Os terroristas entraram no hotel Radisson Blu por volta de 7 horas, num carro com placa diplomática, e seguiram até o último andar do edifício. No meio da tarde, foi ouvido um novo tiroteio e decretado o toque de recolher na cidade. Clientes que tiveram que recitaram partes do Alcorão foram libertados ainda de manhã. Cerca das 15h30, todos os reféns tinham saído.
A ONU está “em máximo alerta”, dado existirem ameaças em relação a outros pontos da capital maliana, disse Carla Lopes Duarte, funcionária da Missão das Nações Unidas no Mali. “Há possibilidade de haver outros incidentes. Portanto estamos em máximo alerta”, disse. Carla contou que a representação da ONU foi aconselhada pelos serviços de segurança malianos a ter “muito cuidado neste momento porque há vários pontos de ameaça”. “Mas não sabemos quem fez as ameaças”, salientou.
Vários estrangeiros, entre os quais sete chineses e 20 indianos, e ainda seis funcionários da companhia Turkish Airlines estiveram entre os reféns. A agência de notícias oficial chinesa Xinhua afirmou que havia pelo menos sete turistas chineses no hotel em Bamako.
Entre as pessoas alojadas no hotel encontrava-se também uma delegação da Organização Internacional da Francofonia e participantes num encontro de novas tecnologias
Um jornalista da agência noticiosa francesa que se encontra em Bamako, disse que o fogo disparado por armas automáticas foi ouvido fora do hotel. “Tudo aconteceu no sétimo andar, os jihadistas disparavam tiros pelo corredor”, disse uma fonte de segurança à France Presse.
Numa declaração proferida antes de um discurso dedicado à 21.ª Cimeira do Clima da ONU (COP21), agendada para o final deste mês em Paris, o presidente do país, François Hollande, pediu aos cidadãos franceses que estão “em países sensíveis” para “tomarem todas as precauções”, em particular os franceses que se encontram no Mali, que devem procurar o Consulado da França.
Em declarações à agência espanhola EFE, um porta-voz da Polícia Militar francesa disse que 40 agentes das Forças Especiais de Intervenção (GIGN) e uma dezena de elementos da polícia científica viajaram para o Mali. Estados Unidos ajudaram com membros das forças de operações especiais. Segundo o canal de televisão CNN, um porta-voz do comando para a África explicou que as forças a
judaram a levar os civis que estavam na região do hotel de luxo para locais seguros.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que se encontra em Kuala Lumpur, declarou aos jornalistas que o seu governo está monitorando a situação Já o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, disse que a situação dos reféns no hotel Radisson Blu não foi desesperadora e tudo se resolveu com rapidez.
A Air France cancelou voos para o Mali e os 12 funcionários, dois pilotos e 10 tripulantes, da companhia aérea francesa que estavam no hotel que foi alvo do ataque conseguiram sair e se abrigar num lugar seguro.
Em 7 de março, Bamako sofreu outro atentado contra um bar e restaurante que fez cinco mortos, entre os quais um cidadão belga e um francês, tratando-se do primeiro ataque deste tipo realizado na capital do Mali.
Em agosto passado, outra tomada de reféns de mais de 24 horas num hotel da cidade provocou a morte de quatro soldados e cinco funcionários da ONU, bem como aos quatro terroristas.
O norte do Mali esteve entre março e abril de 2012 sob o controle de grupos jihadistas com ligações à Al-Qaeda, na sequência de um golpe militar. Os grupos foram dispersados e perseguidos após uma intervenção militar internacional lançada em janeiro, por iniciativa da França, cujas forças militares se mantêm ainda no país. No entanto, há várias zonas que escapam ao controlo das forças militares malaias e estrangeiras. Há muito concentrados no norte do país, os ataques ‘jihadistas’ estenderam-se desde o início do ano para o centro e, desde junho, para sul do território.

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