Apenas nos últimos dois anos, quase 14 mil igrejas foram atacadas de alguma forma por motivos relacionados à fé em Jesus
Por Marlon Max
A perseguição à igrejas já atinge mais de 340 milhões de cristãos no mundo. De acordo com a missão Portas Abertas, apenas entre 1 de novembro de 2019 e 31 de outubro de 2020 quase 4,5 mil igrejas ou prédios cristãos, entre escolas, hospitais, cemitérios, foram atacados, danificados, bombardeados, saqueados, destruídos, incendiados, fechados ou confiscados por razões relacionadas à fé?
O número caiu em 53% se comparado ao período anterior, que totalizou 9.488 ataques. Porém quando tratamos de ataques às igrejas, é importante considerar também a história recente. Apesar do número atual ser menor do que no último ano, é preciso entender que os 4.488 casos referentes à 2021 não devem ser olhados de forma independente.
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Segundo Portas Abertas, esses casos devem ser adicionados o de anos anteriores, pois as igrejas atacadas ainda são afetadas atualmente. Por conta disso, tais números devem ser somados, possibilitando o entendimento da gravidade da situação. Sendo assim, apenas nos últimos dois anos, quase 14 mil igrejas foram afetadas.
Os ataques a prédios cristãos acontecem com mais frequência na Ásia, que acumula 77% dos ataques, em comparação a 20% da África e 3% na América Latina. Entre as dez primeiras posições dos países em que ocorreram mais ataques estão: China, Nigéria, Angola, República Democrática do Congo, Etiópia, Ruanda, Bangladesh, Índia, Paquistão e México.
Argélia tem templos atacados e destruídos
No dia 5 de julho, a Argélia completa 59 anos de independência. O país, localizado no Norte da África, está classificado na 24ª posição da Lista Mundial da Perseguição 2021. E esse é um exemplo de país onde igrejas são atacadas. Nos últimos anos, noticiamos o fechamento de diversas igrejas, principalmente por ordem do governo. O país contabilizou 4 ataques no período referente ao ranking de 2021 e 13 referentes ao de 2020. No total, 17 edifícios foram afetados de alguma forma.
Para entender melhor a situação no país, é preciso estar claro que, em locais onde cristãos enfrentam a perseguição, essa pode ser ocasionada de duas principais formas, por pressão ou violência. A pressão geralmente ocorre em todas as áreas da vida, mas não de forma violenta. Já a violência se manifesta por meio da privação de liberdade física, sequelas físicas ou mentais ou ainda danos a propriedades de cristãos. No caso da Argélia, com base na pressão aos cristãos, o país se classificaria na 20ª posição. Já com o foco na violência, estaria em 47º lugar.
Devolução de prédios
Um prédio histórico de uma igreja na cidade costeira de Mostaganem, na Argélia, foi devolvido a EPA, uma organização das igrejas protestantes no país. Entretanto, isso não reflete nenhuma mudança na postura negativa do governo quanto aos cristãos. De acordo com um analista da Portas Abertas, a devolução foi uma surpresa. Apesar do veredito judicial em maio de 2019 ser favorável à igreja, não havia nenhuma expectativas de que as autoridades realmente devolvessem o prédio.
Na Argélia, é proibido a realização de cultos em prédios não designados para isso, principalmente porque a comissão de licenças não emitiu uma única licença desde sua criação, em 2006. Desde 2017, 20 igrejas foram obrigadas a encerrar suas atividades. Dessas, 16 continuam com as portas oficialmente lacradas. Além disso, após a flexibilização das restrições da COVID-19, as mesquitas foram abertas novamente, porém as igrejas protestantes não receberam permissão oficial para reabrirem.
Com informações Portas Abertas