O momento é histórico para os mais de seis milhões de evangélicos no país, o que representa 15,3% da população
Por Patricia Scott
Na próxima quinta-feira, 31 de outubro, a Argentina comemorará, pela primeira vez, o Dia das Igrejas Evangélicas e Protestantes, em homenagem aos 507 anos da Reforma Protestante. Estima-se que mais de seis milhões de pessoas façam parte de comunidades evangélicas no país, representando cerca de 15,3% da população, com aproximadamente 25 mil igrejas evangélicas, conforme dados da pesquisa do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas de la República Argentina (CONICET) de 2019.
Antes da data oficial, no dia 28 de outubro, ocorreu no Auditório Nacional do Palácio Libertad a principal celebração, organizada pela Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas da República Argentina (ACIERA). Este momento foi histórico para a comunidade evangélica do país.
A vice-presidente da Argentina, Victoria Vilarruel, compareceu à celebração. O evento contou com uma orquestra de mais de 40 músicos, sob a direção de Jorge Randazzo, e um coral com mais de 100 vozes, apresentando um belo espetáculo. O evento foi transmitido ao vivo pelo canal ACIERA no YouTube e pelo Canal Luz.
O presidente da ACIERA, pastor Christian Hooft, ressaltou que a ocasião não se tratava apenas de um feriado religioso, mas da identidade histórica da fé de milhões de argentinos. “Celebramos, junto a instituições amigas, a pluralidade, a diversidade e a igualdade”, afirmou.
Hooft também mencionou os desafios atuais: “Estamos vivendo tempos complexos, com anos de crise e uma alta taxa de pobreza, além de degradação cultural e moral. Embora tenhamos fé em Deus, sabemos que sair dessa situação exige esforço e compromisso de todos, além da ajuda do Todo-Poderoso”.
Segundo pastor, não é possível avançar sem perdão, justiça e respeito às liberdades individuais. “Um povo dividido não prevalece. Essa mentalidade de amigo-inimigo e a difamação de quem pensa diferente nos paralisam como nação. A desconstrução incessante sem resultados não nos leva a lugar algum; precisamos encarar a realidade, falar a verdade e deixar os eufemismos de lado.”
Ele também comentou: “A pobreza é uma calamidade. As igrejas evangélicas estão ao lado dos necessitados, como o Senhor nos ensinou, mas não glorificamos a pobreza; ela não é uma virtude por si só.”
O pastor Hooft destacou ainda que a Palavra de Deus, desprovida de preconceitos ideológicos, nos coloca do lado certo da história. “É a mensagem que pregamos semanalmente e que vivemos em nosso dia a dia, aproximando-nos do Criador e inspirando-nos a amar o próximo.”
Hooft lembrou ainda que, neste ano, o Ministério da Justiça da Nação regulamentou o direito ao estatuto jurídico religioso concedido pelo Novo Código Civil e Comercial, um reconhecimento que estava pendente há nove anos. Além disso, em 2024, foi criada a primeira capelania evangélica da polícia de Buenos Aires, com decisões semelhantes sendo adotadas em cidades e províncias como Misiones, Chaco e Neuquén. Com informações Evangélico Digital