Os dados são do relatório da Confederação Israelita do Brasil (Conib) divulgados nesta sexta-feira (10).
Por Cristiano Stefenoni
As denúncias de casos de antissemitismo no Brasil cresceram 1000%, desde que se iniciou a guerra entre Israel e o Hamas, no dia 7 de outubro, segundo dados relatório da Confederação Israelita do Brasil (Conib), divulgados pela CNN nesta sexta-feira (10). No mês passado foram registrados 467 ataques ofensivos aos judeus nas redes sociais e em eventos públicos, número bem acima das 44 ofensas registradas no mesmo período no ano passado.
Foram 15 denúncias por dia só em outubro. Vale ressaltar que preconceito é crime inafiançável e imprescritível. Por conta dessa alta, várias notícias-crime têm sido apresentadas aos Ministérios Públicos Federal e Estaduais e delegacias especializadas em crimes raciais e de intolerância em todo o país.
O movimento antissemita também tem crescido no mundo. Só o estado de Nova York registrou um aumento de 1200% das postagens preconceituosas contra judeus na primeira semana após o início dos conflitos, segundo pesquisa do Antisemitism Cyber Security Monitoring System.
Para o professor de história e teologia na Faesp, Magno Paganelli, que é doutor em História e autor de 36 livros, o aumento no número de denúncias de antissemitismo se deve a vários fatores, em especial, às redes sociais, que podem levar os internautas a terem apenas um ponto de vista sobre determinado assunto.
“As pessoas estão nas redes sociais como o TikTok e o Instagram vendo o pessoal publicar as imagens diretamente de Gaza. Isso está rodando o mundo e tem levado a manifestações nas principais capitais do planeta. Então, é importante informar-se, procurar canais alternativos de informação para não ficar apenas com uma informação que foi paga”, orienta Paganelli.
O professor também comentou sobre grupos que podem fazer ataques aos judeus, inclusive, no Brasil. “Hezbollah, Irã, Hamas, todos eles querem o extermínio de Israel. Mas isso não é de agora. Quando terminei o meu mestrado em 2014, já havia células do Hamas e do Hezbollah aqui na região”, afirmou.
Na quarta-feira (8), dois brasileiros ligados ao grupo terrorista Hezbollah foram presos pela Polícia Federal, em São Paulo, na “Operação Trapiche”. Eles planejavam ataques à prédios da comunidade judaica no país, como as sinagogas. Paralelo a essa operação, a Interpol também prendeu no mesmo dia, no Líbano, outros dois brasileiros com cidadania libanesa que planejam ataques terroristas no Brasil.
O que é antissemitismo?
Acredita-se que os semitas sejam descendentes de Sem, um dos filhos de Noé. Assim, judeus, árabes e outros povos como assírios, babilônios, arameus, cananeus e fenícios, por exemplo, também entrariam nesse grupo. Mas com o passar do tempo, convencionou-se de que o termo “antissemita” está ligado ao ódio que determinadas pessoas sentem de judeus.
Para entender o conflito histórico, clique aqui.
Quer saber mais sobre a guerra? Assista: