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quinta-feira, 28 março 2024

Afeganistão: Talibã decreta que mulheres cubram o rosto em público

Foto: Reprodução

O país é o primeiro na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2022 e, segundo a USCIRF, é um dos maiores violadores de direitos humanos do mundo

Por Patricia Scott

As mulheres afegãs deverão cobrir o rosto em público, de acordo com novo decreto do líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada. O anúncio ocorreu no último sábado (07). É mais uma resolução na escalada crescente de restrições às mulheres. Como consequência, o regime fundamentalista enfrenta uma intensa reação dos governos ocidentais, através de sanções econômicas.

Um porta-voz do Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício leu o decreto do líder supremo do grupo, Hibatullah Akhundzada, em uma coletiva de imprensa em Cabul. A nova medida ressalta que o pai ou um parente masculino próximo da mulher que não obedecer pode ser preso ou demitido do emprego no governo.

A orientação, de acordo com o decreto, para a ideal cobertura facial é a burca azul. A vestimenta se tornou símbolo global do regime linha-dura anterior do Talibã, de 1996 a 2001. No Afeganistão, a maioria das mulheres usa lenços na cabeça por motivos religiosos. No entanto, muitas em áreas urbanas como Cabul não cobrem o rosto.

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O Talibã divulgou que mudou desde a última vez em que esteve no poder. No entanto, as mulheres foram excluídas dos empregos públicos e foram impedidas de viajar sozinhas para fora de suas cidades. Além disso, as meninas foram impedidas de frequentar a escola. Homens e mulheres não podem visitar os parques ao mesmo tempo.

Direitos Humanos violados
Anualmente, a Comissão Internacional dos Estados Unidos para Liberdade Religiosa (USCIRF, da sigla em inglês) divulga um relatório sobre o estado da liberdade religiosa internacional. Lançado em 25 de abril de 2022, a USCIRF afirma que os direitos humanos foram os mais afetados no Afeganistão após o retorno do Talibã ao poder em 2021, especialmente para as minorias religiosas.

De acordo com o documento, elas “enfrentaram assédios, detenções e até mesmo a morte por causa da fé e crenças”. Os cristãos de origem muçulmana têm sido forçados a praticar a fé escondidos por causa do medo da repressão e das ameaças do Talibã. Vale lembrar que o Afeganistão aparece em primeiro lugar na Lista Mundial da Perseguição (LMP) de 2002, elaborada pela Missão Portas Abertas, que elenca os 50 países onde é mais perigoso ser seguidor de Cristo.

A situação regrediu tanto que o país deve ser novamente incluído na lista de “Países de Particular Preocupação” descritos como engajados em “sistemática, ativa e ofensivas violações da liberdade religiosa”, segundo a Comissão. A USCIRF recomenda ainda que o Talibã deveria ser redesignado como uma “entidade de preocupação particular”.

Com informações CNN Brasil 

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