Estudo revela que adolescentes enfrentam desafios em abraçar uma visão de mundo firmada nos valores bíblicos, apenas 3% praticam plenamente esses valores
Por Patrícia Esteves
Um estudo recente conduzido pelo Cultural Research Center (CRC) da Arizona Christian University revela um panorama desafiador sobre a adesão dos adolescentes aos pilares centrais de uma cosmovisão bíblica. O levantamento, que envolveu 400 crianças e adolescentes entre 8 e 12 anos, oferece uma visão sobre as crenças predominantes dessa nova geração, conforme exposto no livro do diretor de pesquisa do CRC, George Barna, “Raising Spiritual Champions: Nurturing Your Child’s Heart, Mind, and Soul” (Criando Campeões Espirituais: Nutrindo o Coração, a Mente e a Alma do Seu Filho – em tradução livre).
A pesquisa constatou que apenas 3% dos entrevistados afirmam adotar plenamente as sete bases de uma cosmovisão bíblica. Essa perspectiva é descrita como uma forma de ver e interpretar o mundo a partir dos ensinamentos da Bíblia, permitindo que a vida seja vivida em resposta às verdades reveladas nas Escrituras.
Embora a maioria (69%) reconheça a existência de Deus como Criador e Governante do universo, outras crenças essenciais à fé cristã são aceitas em proporções menores. Por exemplo, apenas 36% dos adolescentes concordam que a única solução para o pecado é buscar o perdão através de Jesus Cristo, e 35% consideram o pecado uma realidade significativa, reconhecendo que “somos todos pecadores por escolha”.
O estudo também mostrou que um em cada quatro participantes (25%) afirma confiar na Bíblia como totalmente verdadeira e relevante para suas vidas, enquanto 21% acreditam que ela fornece uma base completa para diferenciar o certo do errado. Apenas 17% dos jovens afirmaram que “sucesso” é viver de acordo com os ensinamentos bíblicos.
Esses dados indicam que a maioria dos adolescentes (58%) se identifica com apenas dois ou menos dos sete pilares centrais da cosmovisão bíblica. As crenças sobre vida após a morte também foram abordadas na pesquisa: 96% dos jovens conhecem o conceito de Céu, e 79% acreditam que é um lugar real. Quanto ao Inferno, 73% dos adolescentes o consideram uma existência real.
George Barna destaca o papel essencial dos influenciadores, como pais, avós, pastores e professores, na formação das crenças espirituais dos adolescentes. Segundo Barna, esses mentores devem se empenhar em transmitir os valores bíblicos por meio de uma presença ativa e consistente na vida dos jovens. O pesquisador também fez uma observação sobre o sincretismo, que parece estar ganhando força como a cosmovisão dominante entre os jovens.
Ele afirma que muitas crianças estão seguindo os passos de seus pais, dos quais apenas 2% têm uma cosmovisão bíblica consistente, enquanto 96% são sincretistas, misturando elementos de diversas crenças. Esses dados convidam à reflexão para pais, líderes e educadores cristãos, destacando a importância de fortalecer a transmissão dos princípios bíblicos às próximas gerações.