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sexta-feira, 28 DE março DE 2025

Aceite a “imperfeição” e vivencie a singularidade

Foto: FreePik

A pressão por alcançar o “corpo perfeito” e os impactos na autoestima, vistos sob a ótica da Psicologia e da fé

Por Patrícia Esteves

A sociedade contemporânea atribui um peso desproporcional à imagem. Com o crescimento das redes sociais, a busca pela perfeição estética se transformou em obsessão para muitos, impulsionada por imagens retocadas, corpos modificados por procedimentos estéticos e a glorificação de um padrão de beleza inatingível. Essa busca desenfreada impacta diretamente a autoimagem e a autoestima, aprisionando homens e mulheres em uma verdadeira “ditadura da beleza”. Nesse cenário, onde o exterior parece dominar, como restaurar o valor intrínseco do ser humano, que vai muito além da aparência?

A influência dessa cultura estética pode ser devastadora para a autoimagem. Especialmente entre os jovens, a comparação com padrões irreais gera um ciclo perigoso de insatisfação pessoal. Segundo a psicóloga Cíntia Piccinini, muitos acabam perdendo a capacidade de valorizar sua própria singularidade. “A gente vive uma ditadura da beleza, onde existe um padrão que precisa ser seguido. Se você não se enquadra, você se sente excluído”, afirma. Essa exclusão afeta diretamente a maneira como as pessoas se percebem, levando muitas vezes a problemas de autoestima.

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Na Psicologia, o desenvolvimento de uma autoimagem positiva e realista é fundamental. Isso requer a aceitação de que todos possuem pontos fortes e fracos. “Reconhecer que a gente também tem alguns pontos fracos não se refere a uma baixa autoestima, mas sim à aceitação da nossa própria humanidade”, explica. Essa aceitação é o primeiro passo para construir uma autoestima saudável, que deve ser sustentada em pilares como a autoconfiança e a autoaceitação.

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O papel da espiritualidade

A Bíblia também adverte contra a vaidade excessiva, lembrando que a beleza física é passageira. Em Provérbios 31:30, está escrito: “Enganosa é a graça, e vaidade é a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada”. Esse versículo reforça que a verdadeira beleza não reside na conformidade a um padrão estético, mas sim no temor a Deus e no valor espiritual que a pessoa carrega.

Aceite a “imperfeição” e vivencie a singularidade
Cintia Piccinini: “Reconhecer que a gente também tem alguns pontos fracos não se refere a uma baixa autoestima, mas sim à aceitação da nossa própria humanidade” – Foto: Divulgação

A psicóloga Cíntia destaca o papel da espiritualidade em manter a autoimagem equilibrada. “Quando a gente tem a nossa autoimagem firmada em Cristo, a gente percebe que somos seres especiais, únicos, criados à imagem de Deus”, reflete Cíntia. Essa visão transcende o aspecto material e concentra-se no valor eterno do ser humano, algo que nenhuma rede social ou revista pode ditar.

A pressão para aderir a esses padrões leva muitos a buscar procedimentos estéticos que modificam suas características naturais. “Agora existe uma ditadura do botox, do preenchimento, da harmonização facial. Tudo tem que ser igual”, observa Cíntia, ressaltando que esses procedimentos promovem uma uniformidade artificial. A tentativa de se ajustar a um modelo imposto faz com que muitos percam a noção de sua individualidade, caindo em um ciclo de comparação e insatisfação.

A comparação, por sua vez, é um dos maiores vilões da autoimagem. Quando alguém se compara com outro, geralmente realça suas próprias imperfeições em contraste com as qualidades alheias. “A comparação tira a beleza individual. Todo mundo tem que ser igual e, se você não for, está fora, está excluído”, comenta, refletindo que esse hábito de se medir pelos outros rouba o valor único de cada pessoa.

Diante dessa realidade, é necessário lembrar que a construção de uma autoimagem equilibrada e saudável vai muito além do exterior. Trata-se de um processo que envolve a aceitação das imperfeições e, principalmente, o reconhecimento de que o valor de uma pessoa não está condicionado à aparência física. Como ressalta Cíntia, “a autoaceitação é o primeiro pilar da autoestima. Quando a gente se respeita, se sente ‘em casa’ no próprio corpo”.

A fé pode ser um alicerce firme nesse processo, oferecendo uma nova perspectiva sobre identidade e valor pessoal. Quando a autoimagem está ancorada no relacionamento com Deus, os padrões estéticos impostos pela sociedade perdem força. O Salmo 139:16 afirma: “os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas”. Esse entendimento revela que cada pessoa foi criada com um propósito único e um valor que transcende qualquer padrão de beleza.

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