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quinta-feira, 28 março 2024

Abuso sexual infantil é uma invasão de limites

Foto: Reprodução

Missão Luz Na Noite lança campanha Luz Além do Abuso para sensibilizar a comunidade cristã e a sociedade sobre o tema

Você já parou para pensar que o abuso sexual tem uma margem muito maior do que apenas a relação sexual ou cópula em si?

Pode ser um olhar, insinuações verbais (aquele velho blá, blá, blá no ouvido da criança, por exemplo), molestamentos, convite para a criança ver algum filme ou conteúdo pornográfico, exposição de genitais à criança. Tais ações são apenas algumas das práticas criminosas consideradas abuso sexual.

A coordenadora do Luz Na Noite, Débora Fonseca, que atua há 20 anos no aconselhamento cristão na área da sexualidade humana, afirma que o abuso é uma invasão de limites.
“Todos nós somos dotados de limites. Os limites na nossa vida são importantes e dizem respeito a quem nós somos, até onde podemos ir e até onde o outro pode vir na nossa vida”, explica.

Segundo Débora, muitas vezes, nós enquanto crianças, principalmente, estamos desprovidos de uma força ou de uma contensão a invasão do outro. O abuso é isso, é uma invasão do outro ao limite pré-estabelecido à intimidade física, emocional, sexual e até mesmo espiritual.

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Quando uma criança ou adolescente sofre abuso sexual ou mesmo um adulto – pois o abuso, muitas vezes, pode ocorrer com alguém que não possa se defender ou responder –, acaba por ter todas essas áreas citadas atingidas e não especificamente ou tão somente a vida sexual. Isso porque não somos seres segmentados. “Se a área sexual é ferida, todas as demais sofrem repercussão”, complementa.

A campanha Luz Além do Abuso, ao expor relatos de vítimas, traz uma importante reflexão sobre qual a permissão que estamos dando ao outro e como estamos ensinando limites às nossas crianças.

A Bíblia traz passagens significativas sobre a questão dos limites na criação dos filhos. Muitas vezes, aparecem norteadas com a palavra disciplina cujos aspectos positivos são proatividade, prevenção e instrução como orienta Efésios 6.4.

“Cabe à família a responsabilidade em preparar cidadãos, seres humanos, que no futuro vão saber impor limites, respeitar uns aos outros, vão amar uns aos outros e vão ser boas pessoas numa sociedade que precisa tanto de pessoas de respeito”, lembra Débora.
Para a coordenadora, cada família deve ser um local de prevenção contra as mazelas da sociedade, como o abuso sexual infantil. Segundo ela, família com pai e mãe que nutre emocionalmente seu filho com carinho, atenção e amor, e ainda fornece orientação segura sobre educação sexual, sobre prevenção ao abuso, contribui para minimizar a possibilidade de que a criança seja vítima de violência sexual infanto-juvenil.

“Vamos acreditar, realmente, que nós, como pais, temos uma missão com nossos filhos. Não vamos terceirizar essa missão e vamos assumir esse privilégio, essa responsabilidade dada por Deus”, conclui.

Sobre a campanha e o 18 de maio

Em alusão ao 18 de maio – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes –, a Missão Luz Na Noite lança a campanha Luz Além do Abuso, iniciativa que visa conscientizar a população por meio das redes sociais com relatos de vítimas, depoimentos de agentes públicos e voluntários da importância de falar sobre o tema, seja para orientar, conscientizar, denunciar ou mesmo pedir ajuda.

As publicações ocorrerão de 12 a 18 de maio, mas o trabalho de acolhimento realizado pelos voluntários (aconselhamento cristão) é permanente.

“A proposta é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar das comunidades cristãs à sociedade a participar da luta em defesa dos direitos sexuais de crianças e adolescentes. É preciso garantir a toda criança e adolescente o direito ao desenvolvimento de sua sexualidade de forma segura e protegida, livre de qualquer situação que ultrapasse os seus limites naturais. Já os adultos que foram vítimas têm na campanha uma oportunidade de falar sobre o que passaram ou mesmo pedir ajuda”, explica Débora Fonseca.

A data foi escolhida como período de mobilização contra a violência sexual porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados. Ela foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta da cidade capixaba.


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