Por José Ernesto Conti
Certa feita, quando estava fazendo um discipulado em família que chegou em nossa igreja, e expliquei para eles que para entender melhor a Palavra de Deus, homens piedosos a mais de 400 anos atrás, criaram aquilo que conhecemos como a Confissão de Fé e os catecismos. Esses catecismos, assim como a Confissão de Fé, estavam baseados unicamente na Bíblia, porém a diferença era que os catecismos procuravam explicar nossa doutrina, de forma mais pedagógica e com perguntas, enquanto a Confissão de Fé, explicavam tópicos gerais da fé cristã.
Foi então que chegamos na segunda pergunta do nosso catecismo: Para que Deus nos criou? E a resposta simples e direta é: Para o louvor de sua glória.
Quando estava me preparando para apresentar alguns textos bíblicos que confirmavam essa resposta, percebi que aquele homem fez uma cara de poucos amigos e que não gostara da resposta. Então lhe perguntei: Qual parte da resposta você não entendeu?
De forma muito respeitosa aquele homem me disse: pastor, que Deus vaidoso é esse que cria alguém só para ficar adorando-o o tempo todo? Não tem nada melhor para o homem fazer? O que aquele homem externou é o sentimento de boa parte da humanidade, que está indo para o inferno.
Para ser bem concisa e direta, essa resposta não permite entender tudo o que está por trás da adoração. Então expliquei para ele que Deus criou o homem para que houvesse uma amizade profunda entre eles. Mas o pecado separou o homem de Deus de forma irremediável. Foi então que Cristo, se ofereceu para pagar a culpa pelo pecado e dessa forma resgatar o homem de volta para Deus.
Temos agora duas alternativas: a) ou entendemos o que Cristo fez para salvar o homem do inferno e como consequência apresentamos nossas vidas em sacrifício vivo, santo e agradável ao nosso Deus, ou, b) não damos a mínima para Deus ou Jesus e vamos para o inferno. Para o primeiro grupo, não há obrigação, mas há um sentimento de gratidão eterna pelo que Cristo fez. Já o segundo grupo, acha e vai continuar achando que Deus é vaidoso.
Se não houver gratidão pelo que Cristo fez, nunca haverá louvor. Se não entendermos que o sacrifício feito por Cristo naquela cruz, era algo muito mais apavorante do que simplesmente morrer, não entendemos nada da missão de Cristo. Mas na morte de Cristo, a morte foi destruída. Seu aguilhão lhe foi tirado e ela (a morte) deixou de ter a palavra final. A última palavra agora é de Jesus. Por isso Davi cantava: “a minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor, o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo” (Sl 84:2).
José Ernesto Conti é pastor Presbiteriano e escreve todas às terças-feiras em Comunhão.