“Nunca deixe ninguém te dizer que não pode fazer alguma coisa. Se você tem um sonho tem que correr atrás dele. As pessoas não conseguem vencer e dizem que você também não vai vencer. Se você quer uma coisa corre atrás”
Por Lulinha Tavares
Chris Garden foi um pai de família que viveu o chamado “Sonho Americano”, como é conhecida a saga do estrangeiro que chega aos Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Sendo que nesse caso ele era americano.
Chris Garden foi considerado a melhor interpretação de Will Smith no cinema. Juntamente com a brilhante interpretação do seu filho Jaden Smith que desempenhou o papel de Christopher, seu filho de 5 anos no filme. Essa interpretação levou Will Smith à indicação ao Oscar 2007 na categoria Melhor Ator.
Baseado em uma história real e com toques de doçura e genialidade, À Procura da Felicidade mostra a vida de um pai buscando alcançar o sucesso profissional sem abrir mão de dar a devida atenção ao seu filho. Chris atuava como representante comercial de uma marca de scanners de densidade óssea, equipamento caro e de difícil aceitação.
Seu fracasso profissional, associado a crise conjugal leva a sua esposa a o abandonar, levando consigo o seu amado filho e o fazendo imergir em uma profunda crise existencial e financeira. Essa história ilustra de maneira significativa essa eterna procura pela felicidade por parte de nós, seres humanos.
Afinal, o que é a felicidade?
Muitas são as teorias apresentadas ao longo de séculos e gerações sobre o seu significado, sendo considerada uma das mais difíceis palavras de se definir. Portanto, qualquer esforço que façamos é mera tentativa.
Julgo eu ser esse tema tão intrigante como prazeroso de se tratar. À luz da filosofia aristotélica encontramos a seguinte definição de felicidade: Felicidade é o maior bem desejado pelos homens e o fim das ações humanas.
Em “Ética a Nicômaco”, a finalidade é identificada como o “bem”, ou seja, dizer que todas as ações tendem a um fim é o mesmo que dizer que todas as coisas tendem a um bem.
“O fim da arte médica é a saúde, o da construção naval é um navio, o da estratégia é a vitória e o da economia é a riqueza” (Aristóteles, 1973, p. 249).
Nesse sentido a noção de felicidade tem a ver diretamente com o indivíduo alcançar o fim proposto por sua atividade profissional, ou seja, o sucesso.
Para o professor e filósofo Mário Sergio Cortella ninguém é feliz o tempo todo e de todo modo. Quem assim se considera, não é feliz e, sim, tonto.
“Felicidade é uma vibração intensa, um momento em que eu sinto a vida em plenitude e quero que aquilo se eternize. É a capacidade de você ser inundado por uma alegria imensa naquele instante por aquela situação. Felicidade não um é estado contínuo e, sim, uma ocorrência eventual. É sempre episódica.”
Em 2012 a Assembleia Geral da Organização das Nações unidas (ONU) aprovou a resolução que proclamou o Dia Nacional da Felicidade após criar um indicador chamado FIB, que significa Felicidade Interna Bruta.
Entre os quesitos que são analisados pelo FIB estão: bem-estar humano, esgotamentos dos recursos da natureza, cuidados familiares e utilização do tempo de forma equilibrada.
No ranking de 2019 a Finlândia aparece em primeiro lugar, seguida pela Dinamarca e a Noruega respectivamente, e o nosso Brasil ocupa o trigésimo segundo lugar.
Nas sagradas escrituras as palavras utilizadas para definir felicidade são: Esher no Hebraico e makarios no grego. Ambas significam bem-aventurado.
Os salmos nos ensinam que a felicidade está diretamente ligada as escolhas que fazemos em relação a onde e com quem andar, a qual conselho devemos seguir e também de quem é o árbitro das nossas decisões. Isso faz daquele que assim decide viver próspero em tudo o que fizer e por onde quer que for.
Já Cristo Jesus nos ensina que felizes são os curvados ao Espírito e os perseguidos, pois herdarão o reino dos céus; os que choram, porque receberão o providencial consolo; os que têm sede e fome de justiça, porque fartos serão; os mansos porque herdarão a terra; os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia; os que são limpos de coração, porque a Deus verão; os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus;
Nesse sentido convém alertar para fato de que aprendemos em toda a escritura que a vida aqui nessa terra é finita, cíclica, falível, efêmera, vulnerável e sujeita a muitas tribulações.
Também aprendemos que não é tempo que passa por nós e, sim, nós é que por ele passamos.
Aprendemos que o dia mal vem, para justos e injustos, afinal, todos os anos as folhas caem anunciando o outono. Porém, o aparecimento das flores anuncia a primavera, pois a vida é bela!
A despeito de todos os pesares, em Cristo Jesus temos a esperança da vida eterna prometida por Ele para todos aqueles que o seguirem em Espírito e em verdade.
Olhando dessa forma podemos enxergar tais tribulações como leves e momentâneas quando comparadas ao eterno peso de glória que nos aguarda.
Lógico que devemos buscar a felicidade em uma vida que valha a pena ser vivida, independentemente das curvas dessa estrada, que desconhecemos ser a próxima para esquerda ou para a direita.
Por fim, assim como Chris (Will Smith) como um bom pai, trabalhava incessantemente para prover o alimento para a sua casa, sem em tempo algum abrir mão de estar ao lado do seu filho Christopher e de lhe incentivar a sonhar e realizar, o que o fazia encontrar a felicidade procurada – também assim é Deus que – em todo o tempo trabalha para suprir a nossa necessidade e conceder o desejo do nosso coração – além de não abrir mão de estar conosco e de nos fazer sentir a sua presença, e assim, provarmos da eterna felicidade que nos aguarda quando para o nosso casa voltarmos.
Siga bem, em paz e feliz.
Lulinha Tavares é coach esportivo, formado em Educação Física, MBA-FGV/FIFA/CIES, especialista em Psicologia do Esporte, empresário, pastor e líder da Igreja Batista da Graça em Queimados (RJ)