Cabe à família a função de assegurar segurança, bem-estar físico e psicológico, apoio emocional e estabilidade a todos os constituintes
Todo indivíduo ao nascer ingressa num ciclo de desenvolvimento em que cresce, envelhece e morre. Alguns ainda casam-se e/ou geram filhos.
Para cada uma destas etapas necessitamos de suporte para superar os níveis de desenvolvimento com seus dilemas e tensões que lhe são próprios.
Cabe à família a função de assegurar segurança, bem-estar físico e psicológico, apoio emocional e estabilidade a todos os constituintes, servindo igualmente como via de transmissão de crenças, valores e significados da sociedade para os seus membros novos.[1]
Afinal, é certo que ninguém nasce pronto. O bebê humano, quando chega ao mundo, é um ser absolutamente dependente. Necessita que o alimentem, limpem e o protejam. Mas não somente isso; necessita que lhe confiram, nos primeiros estágios de vida, o suporte necessário que o conduzirá em cada etapa de seu desenvolvimento.
A identidade não nasce pronta. Deus tem propósitos para nossas vidas traçados desde a eternidade, porém, um bebê não tem como conhecê-los, a não ser que, na convivência, no dia a dia, esse propósito lhe seja comunicado.
A partir desta comunicação afetiva, que se dá na vivência, o indivíduo desenvolve sua identidade alinhada com a verdade bíblica ao seu respeito, amando-se, com confiança em Deus e relacionando-se adequadamente com o próximo.
Deus comissiona, portanto, à família – primeira instância de socialização do indivíduo -, esse privilégio e também responsabilidade: de comunicar afetivamente ao(s) seu(s) filho(s) quem são e para que existem!
A comunicação é estabelecida não sob a forma de discurso, mas da constituição de uma ligação pessoal em que fatores como a identificação com os genitores nortearão as etapas posteriores do desenvolvimento do indivíduo, inclusive, com respeito à sexualidade.
Para que isto aconteça, dois desafios básicos precisam ser levados em consideração: o tempo e a energia! É certo que se nosso tempo é empregado em diversas ocupações, ao final do dia não teremos energia suficiente para estabelecer ligação pessoal com quem amamos.
Por isso, fica o recado: nestes tempos de pandemia, em que estamos – grande parte da população – confinados em família, peça a Deus para transformar seu lar em um ambiente cujo os corações dos pais sejam convertidos aos filhos e os dos filhos aos pais.[2]
Que haja reencontro, paz, perdão e desenvolvimento de tudo o que Deus, desde o eterno, nos planejou para ser, tanto individual como relacional.
Débora Fonseca e Cunha coordena a Missão Luz na Noite desde sua fundação, em 2001. Formada em Psicologia e Direito, tem mais de 20 anos de experiência em aconselhamento cristão na área da sexualidade humana. É autora das obras Uma Fera em Busca de Sentido e Aconselhando Cristãos em Luta com a Homossexualidade. Está na produção de seu terceiro livro, ainda sobre a temática, porém, com estudos relevantes sobre dependência e codependência emocional.
Obs.: Este tema foi apresentado como parte do 1. Ciclo de Palestras Sexo em Pauta: reflexões em família, promovido por voluntários da Missão Luz na Noite, nos dias 26 a 30.04.2020.
[1] Dessen & Polonia, 2007; Amazonas, Damasceno, Terto & Silva, 2003
[2] Malaquias 4.6