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sexta-feira, 19 abril 2024

A diversidade nas igrejas do novo testamento

“(…) não há como padronizar as igrejas, pois são constituídas de seres humanos diferentes, que vivem em contextos diversificados e lidam com desafios próprios”

Por Joarês Mendes de Freitas

A criação de Deus é muito diversificada. Como se vê facilmente Deus ama a diversidade. Tudo na natureza é diferente, as plantas, os animais, como também as pessoas, são distintas umas das outras.

Assim, não há como padronizar as igrejas, pois são constituídas de seres humanos diferentes, que vivem em contextos diversificados e lidam com desafios que são próprios a cada um deles. As igrejas do primeiro século tinham identidade própria. Não pareciam cópias umas das outras. Eram diferentes, para abrigar pessoas com necessidades diferentes.

Geo. W. McDaniel no livro As Igrejas do Novo Testamento afirma que seu propósito é “mostrar a unidade que existia entre as igrejas no meio de grande diversidade…” (p.5). Ele cita Jerusalém, grande e influente, onde “a igreja reunia todas as classes e condições sociais num universo tipicamente judaico” (p.31).

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McDaniel afirma ainda que “Antioquia era a mais mitológica das cidades onde foi fundada uma igreja naquele período, composta de judeus e gentios em pé de igualdade” (p. 54,61). O autor diz também que “A maior parte dos membros das igrejas da Macedônia e Acaia era de pessoas humildes e iletradas” (p.133).

Enquanto Roma, a capital do império, juntava diversas etnias e condições sociais, Colossos era uma pequena cidade e Tessalônica uma base militar. Segundo William M. Branham “Os Laodicenses eram prósperos e voltados para a ciência” (A era da Igreja de Laodicéia, p.5). Éfeso, capital da Ásia menor, foi conhecida como centro intelectual e financeiro. Os cristãos de Corinto vinham do paganismo, enquanto os da Galácia se viam às voltas com o legalismo judaico. Ray C. Stedman afirma que “Metade da população do império romano era de escravos” (Igreja; Corpo vivo de Cristo, p.15).

Paulo, em Atenas, usa o altar ao “deus desconhecido” como ponto de partida para anunciar o evangelho e ali cita também os poetas gregos (Atos 17). Utilizar elementos da história, da cultura e das tradições de um povo não significa endossar crendices e enganos, mas uma forma de penetrar na sociedade para exercer uma influência transformadora.

O alicerce da igreja cristã é a pessoa e a obra de Cristo. Nada pode mudar isso (I Coríntios 3.11). Princípios de fé e conduta são firmados nessa base e estes dão unidade ao corpo de Cristo, independente do contexto de cada congregação. No entanto, em muitos aspectos do seu modo de ser e fazer, a igreja tem espaço para as particularidades que são próprias do seu ambiente.

O Brasil, por exemplo, é um país com grandes diferenças regionais. Não seria razoável que as igrejas tivessem a mesma cara em todos os cantos. Elas são grandes, médias e pequenas; estão nas metrópoles e vilas do interior; algumas com poder aquisitivo alto e outras muito pobres. Há diferenças econômicas, sociais e culturais. Não há como transplantar modelos de igrejas. Em cada lugar, a comunidade cristã deve empreender a própria jornada dentro da sua realidade.

Joarês Mendes de Freitas é ex presidente da Convenção Batista do Espírito Santo.

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