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quarta-feira, 9 DE outubro DE 2024

A dádiva da amizade

Precisamos interagir com outras pessoas, isso faz parte de uma existência saudável. Todos precisamos compartilhar a vida com outras pessoas

Por Joarês Mendes de Freitas

O Náufrago, filme com o ator norte-americano Tom Hanks, que rodou no Brasil em 2001, conta a história de Chuck Noland, um funcionário da empresa FedEx que estava viajando a serviço quando seu avião cai no mar.

Chuck foi o único sobrevivente e ficou isolado por quatro anos numa ilha. Naquelas condições, enfrentando todo tipo de provas, ele se apega à foto da esposa e a uma bola de voleibol que chama de Wilson.

Por todo aquele tempo, em meio a tentativas frustradas de escapar da ilha, Noland faz da bola o seu amigo e confidente para aliviar o tédio, a solidão e a saudade da vida normal.
Essa obra, embora não se baseie numa história real, coloca em relevo o fato de que Deus criou o Ser humano para relacionamentos e não para uma vida isolada, reclusa.

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Precisamos interagir com outras pessoas, isso faz parte de uma existência saudável. O filósofo e cientista inglês Francis Bacon (1561-1626) disse certa vez que: “Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto.”

Ao escrever Eclesiastes, o sábio enfatiza o valor da amizade quando diz: “É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque (…) se um cair o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!” (Ec 4.9-10). Em Provérbios lemos essas palavras: “Há amigo mais chegado que um irmão” e podemos acrescentar: “O amigo ama em todo o tempo e na adversidade ele se torna um irmão”. Ainda mais: “O homem que tem muitos amigos pode congratular-se” (Pv 18.24;17.17;18.24).

Acho interessante que o próprio Deus chama Abraão de amigo (Gênesis 22.1) e Jesus faz o mesmo dirigindo-se aos seus discípulos (Jo.15.15). Algumas histórias de amizade na Bíblia se tornaram bem conhecidas, como é o caso de Davi e Jônatas, o filho do rei Saul (I Samuel 18); Noemi e sua nora Rute (Rute 1.16). Outros exemplos parecem bastantes óbvios, como o de Josué e Calebe, dos profetas Elias e Eliseu, de Paulo e o casal Áquila e Priscila, dentre outros.

Todos precisamos compartilhar a vida com outras pessoas. Sozinhos somos incompletos. O isolamento é sempre perigoso. Quando Davi caiu no pecado que manchou para sempre a sua reputação, ele estava sozinho. O profeta Jonas, ao decidir embarcar para Társis desobedecendo a Deus não tinha alguém ao seu lado para impedi-lo.

A Pedro faltou um amigo naquela hora em que, por três vezes, negou seu relacionamento com Jesus.

Através de uma pesquisa que vem sendo feita por várias décadas, especialistas da universidade Harvard, nos EUA, concluíram que o fator mais influente na felicidade de uma pessoa é a sua capacidade de fazer e manter conexões (O Globo, 30.11.22, p.36). Isso está em acordo com a frase do escritor e poeta Inglês John Doone (1572-1631) “Nenhuma pessoa é uma ilha, somos todos parte de um continente”.

Algumas pessoas têm mais facilidade em fazer e preservar amizades, mas isso não deve desestimular os que são diferentes. Sempre é possível crescer nessa área. Ninguém precisa querer “um milhão de amigos” como diz a antiga música de Roberto Carlos. Creio mesmo que, nisso, qualidade é melhor do que quantidade.

Quanto do seu tempo você investe de modo intencional em fazer e cultivar amizades? Algumas pessoas ignoram isso e um dia choram sozinhas, por não terem um ombro amigo ao seu lado. Que não aconteça com você.

Joarês Mendes de Freitas é pastor emérito da Primeira Igreja Batista em Jardim Camburi, Vitória, ES e ex-presidente da Convenção Batista do Espírito Santo.

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