“Para obter uma identidade constantemente transformada no Senhor é preciso estar em acordo com Ele”, destaca o pastor
Por Patricia Scott
Como você se enxerga? É importante entender que você não é necessariamente aquilo que ouviu dos seus pais nem tampouco o que enxerga no espelho natural ou observa na sua história de vida. “Precisamos nos enxergar corretamente por meio de Deus. Isso só é possível quando olhamos através das lentes da revelação bíblica”, assegura o escritor e pastor Luciano Subirá, líder da Igreja Alcance, em Curitiba (PR).
Esta é a razão, segundo ele, pela qual o cristão precisa mergulhar mais profundamente nas Escrituras. “Não é apenas para obtenção de conhecimento doutrinário, informação. Afinal de contas, quanto mais tempo gastamos meditando na Palavra, mais compreendemos quem o Senhor é e quem nós somos nEle”.
Ao ler a Bíblia, explica o pastor, o cristão se depara com as suas limitações – que são parte do propósito dessa exposição ao espelho -, e isso acabará produzindo um senso de dependência de Deus. “Também encontraremos textos que nos mostram que neste mundo somos como Ele (1 João 4.17). Somos confortados e confrontados. Tudo isso, se revelado a nós, formará a nossa identidade, que está revelada na Bíblia”.
Segundo Subirá, para obter uma identidade constantemente transformada no Senhor é preciso estar em acordo com Ele. “Isso significa que temos de nos enxergar exatamente como Deus nos vê. Pensar em nós como Ele pensa”, assevera e continua: “Não podemos, à semelhança daqueles dez espias retornando de Canaã, dizer: ‘Éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos’. Temos de entender, crer e declarar: ‘Se Deus não me vê assim, então não aceito me enxergar de forma diferente daquela que Deus me vê’”.
Curso da vida
O pastor é categórico ao afirmar que aquilo que impacta a compreensão de identidade afeta o coração, determinando o curso da vida. “Muitos perdem e deixam de viver a plenitude de Deus para suas vidas por nunca se enxergarem da maneira certa”. Preferem se manter, de acordo com Luciano Subirá, confortáveis e seguros dentro de suas cascas de inferioridade ou superioridade do que se abrirem para o tratamento divino. “Tratar a identidade e o caráter nunca é tarefa fácil ou indolor, mas é o único caminho para os que desejam andar com Cristo verdadeiramente”.
Nada é tão delicado e complicado para o cristão quanto o orgulho, pontua o pastor. A Bíblia diz que a soberba precede a queda (Provérbios 16.18). “Quando o Maligno não consegue parar alguém com uma autoimagem inferior, tenta levá-lo ao outro extremo. É por essa razão que devemos buscar o equilíbrio em Deus e, na compreensão da Sua Palavra”, prega e frisa: “Não podemos nos imaginar grandes a ponto de querer ser ou fazer aquilo que não somos nem fomos chamados a fazer”.
Visão correta
Aqueles dez espias que se viam como gafanhotos morreram. Deus os julgou. Eles não entraram na Terra Prometida. O restante daquela geração também não. “A não compreensão da nossa identidade afetará o cumprimento do nosso propósito. Isso é muito sério. É necessário reconhecer o poder da autoimagem, seja a correta ou a errada”, salienta Subirá.
O pastor esclarece que Josué e Calebe herdaram a terra, porque viram a si mesmos como o Senhor os via, enquanto todos os outros que ficaram de fora, não. “Isso deve ser o suficiente para trazer temor ao nosso coração e nos levar a investir na compreensão de nossa identidade, de modo que possamos cumprir nosso propósito e chegar ao nosso destino”.