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quinta-feira, 12 DE dezembro DE 2024

A autossuficiência está matando a gratidão?

A gratidão está profundamente ligada à dependência mútua, enquanto a eficiência tecnológica facilita a vida, pode esconder que a interdependência humana é essencial - Foto: Freepik

O desejo por eficiência e uma vida livre de fardos pode nos afastar da verdadeira essência da gratidão e da importância da dependência mútua

Por Patrícia Esteves

Em todo o mundo, o Dia de Ação de Graças foi celebrado nesta quinta-feira (28). Nesse dia, sociedade é convidada a refletir sobre as bênçãos recebidas ao longo do ano e a expressar sua gratidão. Com tantas facilidades cotidianas é fácil perder de vista a importância das interconexões humanas que tornam a vida mais rica e significativa. A verdadeira gratidão surge da percepção da dependência mútua, e, ao reconhecê-la, é possível valorizar os gestos de bondade recebidos, sejam eles grandes ou pequenos. Este dia serve como um lembrete para que todos se atentem não apenas ao que possuem, mas também àqueles que contribuem para tornar suas vidas mais completas.

A busca incessante por eficiência e independência tem moldado a forma como a sociedade moderna vive e se relaciona. Em um mundo onde a tecnologia promete resolver problemas e minimizar dificuldades, muitas pessoas passam a acreditar que podem conduzir a vida sem precisar de ajuda. No entanto, ao eliminar os fardos aparentes, essa mentalidade também pode afastá-las de algo essencial: a capacidade de reconhecer a bondade dos outros e cultivar um coração grato.

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James Spencer, presidente do DL Moody Center (uma organização cristã sem fins lucrativos localizada em Northfield, Massachusetts, nos Estados Unidos), compartilhou um aspecto diferente que o fez prestar atenção ao fato de que a tecnologia está afastando o ser humano da gratidão. Ele contou em um artigo no Christian Post, publicado nesse dia, uma experiência pessoal que reflete essa questão. O fato aconteceu durante uma viagem à Alemanha, na qual ele e sua esposa enfrentaram dificuldades ao tentar carregar um carro elétrico alugado.

Após diversas tentativas frustradas, o casal decidiu passar a noite em um hotel. No entanto, mesmo ali, o carregamento do carro falhou. Foi nesse momento que uma funcionária do hotel, já fora do horário de trabalho, ofereceu ajuda, permanecendo para auxiliar na comunicação com o suporte técnico.

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Spencer destaca que esse gesto simples o levou a refletir sobre como a gratidão está diretamente ligada à dependência mútua. “A gratidão pressupõe que existam coisas como ‘presentes’ — atos de gentileza que não merecemos e que não provocamos por nós mesmos”, afirma. Ele observa que a eficiência tecnológica, embora útil, pode ocultar essas interdependências humanas, tornando-as menos visíveis. E, quando isso acontece, a capacidade de reconhecer e valorizar a ajuda alheia diminui.

Ele aponta que a cultura moderna, ao promover a autossuficiência, cria uma falsa sensação de controle total. A vida é sustentada por uma rede invisível de cooperação e apoio, e Spencer cita a paternidade como um exemplo claro de dependência mútua. Criar filhos exige esforço conjunto, e negar essa interdependência pode enfraquecer não apenas as famílias, mas também a sociedade como um todo.

Embora a eficiência tecnológica traga comodidade, Spencer alerta para o risco de perder de vista as pessoas por trás dessas inovações. “Somos menos propensos a ser gratos pelo trabalho dos programadores e engenheiros que inclusive tornam nossas vidas mais fáceis. Em vez disso, ficamos indignados quando algo não funciona como deveria”, reflete. Essa postura, segundo ele, reduz as oportunidades de cultivar a gratidão, que é essencial para fortalecer os laços humanos e espirituais.

Para Spencer, a gratidão vai além do reconhecimento de grandes conquistas, trata-se de uma prática diária de perceber e valorizar pequenas ações que tornam a vida melhor. Ao reconhecer a bondade dos outros, as pessoas não apenas se tornam mais humanas, mas também mais conscientes da presença e dos dons de Deus.

“A gratidão confere reverência, permitindo-nos encontrar epifanias cotidianas, aqueles momentos transcendentais que mudam a forma como vivenciamos a vida e o mundo”, afirma Spencer. Ao desenvolver essa perspectiva, é possível enxergar além da eficiência e redescobrir a beleza das conexões humanas, que refletem o cuidado e a provisão do Deus. Com informações de Christian Post

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