A Bíblia diz que a verdade liberta, logo, a mentira escraviza e gera consequências maléficas
Por Patricia Scott
Mentira significa faltar com a verdade. Na Bíblia, não há níveis para tal prática pecaminosa. Assim, Salomão adverte: “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas os que agem fielmente são o seu prazer” (Provérbios 12.22).
Na semana em que se celebrou o Dia da Mentira, a pastora Patricia Andrade, da Comunidade Evangélica Projeto de Deus, em Anchieta, zona norte do Rio de Janeiro, destaca que praticá-la gera a morte, que é o salário do pecado.
“Aquele que escolhe viver na prática da mentira está escolhendo o pecado e produzindo morte espiritual (e também pode produzir morte física) para si próprio”, prega, acrescentando que o ato de mentir também é citado em Êxodo 20.16: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”.
A líder religiosa lembra que não mentir faz parte dos 10 mandamentos ordenados pelo Senhor, que não podem ser flexibilizados nem negociados. “Toda transgressão, toda desobediência a uma ordem dada por Deus é pecado. E a Bíblia declara claramente: porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 6.23)”.
A pastora assevera também que Jesus é a verdade, e todo aquele que pratica a mentira certamente não está em Cristo. “Quem pratica a mentira é: filho do diabo, vive na prática do pecado e está em iniquidade! Se dissermos que somos cristãos, mas não obedecemos a Deus, somos considerados mentirosos”, explica e complementa: “Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está à verdade” (1 João 2.4). No mundo espiritual não há meio termo: ou se está na verdade ou na mentira; ou se está na luz ou nas trevas”.
Segundo Patrícia, a mentira preenche todo o interior de quem a pratica, transbordando aquilo de que o coração está cheio (Mateus 12.34b). “Falar mentira é revelar a sua verdadeira essência, é fazer com que reconheçam a sua origem maligna”.
A pastora diz, ainda, que tal prática constrói cativeiros e escraviza, ao citar Romanos 6.16: “Vocês não sabem que se tornam escravos daquilo a que escolhem obedecer? Podem ser escravos do pecado, que conduz à morte, ou podem escolher obedecer a Deus, que conduz à vida de justiça.”
Somente a verdade, que é Jesus, pode libertar a pessoa do cativeiro da mentira e do engano. Quem conhece a verdade, de acordo com Patricia, tem poder de decisão e, ao decidir escolher obedecer a Deus e andar na verdade, romperá (na plenitude tricotômica) com todos os aprisionamentos impostos pela mentira, pelo pecado. É importante destacar que a verdade produz justiça, mas a mentira produz injustiça.
“Não caia em desgraça, não fique preso no mal!”, orienta Patricia, que cita 1 João 1.9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” Por isso, a pastora aconselha: “Se arrependa, confesse, abandone a mentira, peça perdão ao Senhor, em nome de Jesus, e você será purificado, perdoado e poderá viver uma vida de libertação, conhecendo e prosseguindo em conhecer a Deus, através de Cristo Jesus”.
Histórias bíblicas
As Sagradas Escrituras relatam histórias, que envolvem a mentira e expõe a consequência nefasta. Uma delas é a de Jacó. Ele enganou o pai, Isaque, quando se passou pelo irmão, Esaú, para conseguir a bênção da primogenitura (Gênesis 15). Ele teve que fugir, pois acabou jurado de morte. Já José, do Egito, foi vítima de uma mentira (Gênesis 39). A mulher de Potifar o acusou de assédio, e o filho de Jacó acabou na prisão, injustamente.
No Novo Testamento, após a ressurreição de Jesus, no tempo da Igreja Primitiva, Safira e Ananias morreram após mentir sobre a venda de uma propriedade (Atos 5). O apóstolo Pedro destacou que eles deram ouvidos a Satanás e mentiram ao Espírito Santo. Não à toa, Jesus ensina, em João 8.44, que “o diabo é o pai da mentira”. E Paulo alerta: “Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos” (Colossenses 3.9).
“Não há nada que tenha sido dito às escondidas que não será propagado para todos (Lucas 12.2,3). Não adianta criar tramas, conluios ou maracutaias, tudo será revelado”, prega o pastor e teólogo Ariovaldo Ramos, durante a ministração “Existe Mentira do Bem?”, acrescentando que o único método do Senhor é a verdade.
A Palavra afirma que Jesus é a verdade, que liberta. Logo, a mentira leva à escravidão que destrói relacionamentos, cria inimizades e gera contendas. Deus é o Deus da verdade. Assim como a honestidade, transparência, justiça, integridade, autenticidade e o amor são também são virtudes procedentes Dele. Ocultar ou manipular a verdade distancia o homem de Deus, como também uns dos outros.
Confira 10 mensagens bíblicas sobre a mentira
“Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo” (Efésios 4.25).
“Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (João 8.44).
“Quem pratica a fraude não habitará no meu santuário; o mentiroso não permanecerá na minha presença” (Salmos 101.7).
“Fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira” (Apocalipse 22.15).
“Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém” (Romanos 1.25).
“A testemunha sincera não engana, mas a falsa transborda em mentiras” (Provérbios 14.5)
“Não furtem. Não mintam. Não enganem uns aos outros” (Levítico 19.11)
“A fortuna obtida com língua mentirosa é ilusão fugidia e armadilha mortal” (Provérbios 21.6)
“Aquele que é a Glória de Israel não mente nem se arrepende, pois não é homem para se arrepender” (1 Samuel 15.29)
“Não escrevo a vocês porque não conhecem a verdade, mas porque a conhecem e porque nenhuma mentira procede da verdade” (1 João 2.21)