A ansiedade é algo que pode ser encarado como normal, especialmente na infância, que é uma fase marcada por desafios e aprendizados. Ela se torna preocupante, entretanto, quando impede que a garotada realize atividades cotidianas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que o transtorno afeta cerca de 3% da população com idade até 17 anos, o equivalente a oito milhões de crianças e adolescentes.
Além do medo e da preocupação, a ansiedade pode ser manifestada com irritação e raiva. Os reflexos podem ser sentidos, principalmente, com queda do rendimento escolar, dores constantes de cabeça, isolamento, oscilações bruscas de humor, distúrbios do sono e alterações no apetite.
“Crianças que sofrem com ansiedade, sobretudo em níveis mais críticos, podem ter sua rotina comprometida de forma severa, afetando o desenvolvimento como um todo e impactando a perspectiva de futuro”, alerta a psiquiatra Aline Sabino.
A médica explica que a identificação dos sinais e a observação constante são fundamentais para que o pequeno receba o acompanhamento adequado. “A criança não consegue expressar muito bem o que está sentindo, então é importante que todo o seu círculo social, escolar e familiar saiba olhar para ela, a fim de perceber que algo mudou e, assim, buscar ajuda”, diz.
Mudanças no comportamento
Aline observa que as manifestações podem variar dentro dos padrões de sinais comuns, de acordo com a idade. “Por isso, qualquer pessoa que conviva com uma criança poderá observar mudanças no comportamento habitual dela.”
A psiquiatra explica, ainda, que, conforme a faixa etária, é natural a criança apresentar reações de frustração, medo, tristeza ou angústia. No entanto, quando esses episódios forem desproporcionais em relação às situações vivenciadas e, principalmente, vierem acompanhados de sofrimento intenso, é crucial procurar ajuda especializada.


