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sábado, 20 abril 2024

Copy of Janeiro, véspera de Dezembro

Copy of Janeiro, véspera de Dezembro

Por João Carlos Marins

Talvez você tenha achado que errei em posicionar o meu calendário com o mês de dezembro logo depois do mês de janeiro.Mas, é esta a sensação que a grande parte das pessoas tem quando se trata da velocidade como percebemos o tempo passar. Afinal de contas, um dia continua com as mesmas 24 horas de cem anos atrás, cada hora ainda tem 60 minutos e cada minuto, pasmem, duram os mesmos 60 segundos dos tempos dos meus avós.

Um dos fatores que podem estar afetando a nossa percepção acerca do tempo é o grande desenvolvimento tecnológico sob o qual estamos imersos. Edward Tenner, especialista em história da tecnologia, da Universidade Princeton, EUA, disse que ‘todo o desenvolvimento tecnológico tende a deixar os processos mais rápidos’, o que faz que com os usuários de tecnologia tenham de se adequar quando têm que manusear esses processos.

Isto, além do estresse provocado pelo consumismo, tão propagado por todas as mídias, que faz com que o grau de ansiedade do cidadão seja sempre tão alto ante a iminência da entrada da atualização de qualquer produto no mercado; exemplos: novos carros, celulares, tablets, aparelhos de TV etc.

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Poderíamos verificar mais alguns possíveis fatores que produzem no ser humano esta sensação, como, por exemplo, o grau de ativismo sob o qual nos submetemos. É como se não parássemos e, por tudo que fazemos ainda fica a sensação de que nada foi feito; uma sensação de incapacidade. Tudo isto se associa ainda à angústia pelo TER e, quanto mais queremos, e trabalhamos para as conquistas, e nos lançamos num estilo de vida intensamente circustancial … ufa! Que canseira.

Os ‘tempos trabalhosos’ sobre os quais o apóstolo Paulo escreve a Timóteo [II Tm 3.1], podem se referir a um tempo na história da humanidade em que os cidadãos não seriam mais gestores de sua agenda, mas, meramente caronas, passageiros, passivos. A maneira servil como muitos têm lidado com suas agendas ‘desgovernadas’, associada a uma inadequada determinação de prioridades, tem feito com que muitos percam o entendimento quanto ao seu papel como agente de transformação. Não tenho tempo! Não posso me envolver com isso! Estou muito ocupado!

Toda vez que coloco minha vida a serviço do TER, comprometo a minha capacidade na elaboração do meu SER. Assim, perdemos a noção da crítica, da elaboração de novos pensamentos, novas idéias. Quanto mais ativismo, menor a nossa capacidade em observar a vida, observar a nós mesmos.

O Salmista nos falou quanto a orar a Deus para que Ele nos ensine a ‘contar os nossos dias para que alcancemos corações sábios’ [Sl 90.12]. Aí, os tempos poderão até ser trabalhosos, mas serão proveitosos. E, teremos fevereiro, março etc.

Al Gore, político norte-americano [www.climatecrisis.net], afirma que um dos elementos importantes para que o homem cumpra o seu papel na sustentabilidade do planeta, é DESPLUGAR-SE. Quando o homem pára e descansa no Senhor, sua capacidade de pensamento aumenta, seu poder transformador é potencializado e, então, as coisas começam a acontecer de uma forma diferente.

Cuidar das coisas e das pessoas à nossa volta dependem de que estejamos sob equilíbrio, saudáveis.

Vamos aproveitar que o ano está começando, pensando cada dia, pensando cada momento, e fazendo isto na presença do Senhor. Uma boa leitura? Cada dia do mês leia Provérbios, um capítulo por dia; e, quando chegar o mês seguinte, leia Provérbios de novo.

Nisto pensai!

Pastor e especialista no tema responsabilidade social

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