Você tem notado que o mundo está mudando muito rápido? Que as coisas estão ficando diferentes? E, apesar da velocidade com que as coisas estão mudando, e por mais que isso nos preocupe, não conseguimos perceber estas mudanças? Muitas vezes só conseguimos notar quando alguém, apavorado, nos acorda, e aí reparamos que alguma coisa mudou.
A sensação é a mesma de quando vemos toda semana uma criança e, “de repente”, aquela criança se tornou um jovem. Obviamente, não é de repente que ela se torna um jovem, mas as coisas que acontecem no nosso dia a dia nos chamam tanto a atenção que não percebemos a mudança daquela criança em um jovem … nem no mundo.
O grande problema é que algumas destas mudanças, mesmo que não notemos, interferem ou alteram substancialmente nossas vidas, seja para o lado bom, seja para o lado ruim.
Jesus se preocupou com essa questão, quando disse que o fim chegaria exatamente como foi nos dias de Noé. Veja como a coisa funciona: Noé gastou 120 anos construindo sozinho uma monumental geringonça, no meio de sua cidade. Todo dia todo mundo via dia Noé chegando para trabalhar, viam aquela coisa ser construída, e em lugar de ajudá-lo, riam e o achincalhavam. Afinal nunca havia chovido, não havia mar por perto, não sabiam o que é um navio… Entretanto aquela coisa foi lentamente crescendo, tomando forma, e ninguém da cidade foi percebendo que havia uma grave ligação entre o que ele fazia com o que ele pregava, até o dia em que Deus fechou a porta e começou a chover. Imagina a cara daquelas pessoas se afogando e dizendo uma para outras: “Não é que ele tinha razão?”.
João nos diz que “o mundo inteiro está mergulhado no maligno” (1 Jo 5:19), ou seja, sem querer ser profeta da catástrofe mas não dá para acreditar que o amanhã será melhor do que o ontem e não estamos vendo nada acontecer em nossa volta. Tenho “medo” de Jesus estava certo quando refere-se aos nossos dias dizendo: “… comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio” (Mt 24:38,39).
Em outras palavras, eles viviam uma vida de correria igual à que vivemos hoje, mas uma mudança drástica estava acontecendo na “cara” deles e eles não perceberam. E, por não terem percebido, morreram. Por isso Jesus advertiu a seus discípulos: “Ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá” (Mt 24:44). Parece que a igreja prefere cantar o hino nacional (“deitado eternamente em berço esplêndido”) a cantar “avante, avante, ó crentes”. Pior, ainda há crente que se orgulha por estar totalmente desligado destas “coisas”, como se estas coisas fossem do capeta.
Saiba de uma coisa muito séria: “dormir no ponto” pode custar a sua vida. Mas não basta estar acordado, não basta estar de olho aberto: é preciso estar apercebido, vigiando, “ligadão” no que está acontecendo à nossa volta. Crente desligado é crente fora da arca quando a chuva começar a cair. É crente que vai ficar no campo ou no moinho, é crente morto! Se liga!
