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quinta-feira, 28 março 2024

100 dias de governo: os desafios de Aracruz, mesmo com 3º maior PIB do Estado

As possibilidades de distribuição de biodiesel e etanol apontadas no Plano de Aceleração do Crescimento do Governo Federal para Aracruz, quinto município de nossa série 100 dias de governo, aumentam a importância estratégica da cidade, bem como para a matriz energética brasileira.

O município que registra um PIB per capita de 53.794,78, o terceiro maior do Espírito Santo, ficando atrás somente de Presidente kennedy (maior do país) e da capital Vitória, recebeu nos últimos anos grandes investimentos em petróleo, gás e derivados. Também novos empreendimentos relacionados à logística e às operações portuárias; instalação de novos fornecedores de produtos e serviços para estes grandes projetos; e convive com a previsão de investimentos públicos em transportes com a construção de rodovias, ferrovias e vias marítimas.

O prefeito Jonas Cavaglieri, escolhido nas urnas por 29.323 eleitores, o que representou 58,60% dos votos válidos, destaca os desafios da gestão.

Como estavam as contas públicas ao final de 2016, quanto o município perdeu de arrecadação em relação a 2015? E qual a realidade hoje?
A receita vem caindo nos últimos dois anos, mas as contas não fecharam no “vermelho”, devido ao superávit dos anos anteriores. Sem dúvida, um dos grandes desafios desta gestão está sendo trabalhar com uma receita reduzida. Neste primeiro trimestre a queda na arrecadação foi aproximadamente R$ 10 milhões em relação ao orçamento previsto para o período.

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Que ações foram adotadas em Aracruz nesses primeiros meses de 2017 para aumentar a entrada de dinheiro nas contas da municipalidade?
Pensando na economia e integração de serviços, a primeira ação foi a junção de três secretarias (Obras com a Habitação; Desenvolvimento Econômico com o Planejamento, Orçamento e Gestão e a Comunicação com a secretaria de Governo). Reduzimos pelo menos 30% dos cargos comissionados. Para ter uma noção, nesses três meses a prefeitura já gerou uma economia em torno de R$ 1.800.000,00, na folha de pagamento de comissionados, em relação á dezembro de 2016. Apertamos o cinto e vamos seguir assim. Além de buscar investimentos e atrair novos empreendimentos, queremos mostrar que é possível fazer mais com menos. Com uma equipe mais profissional e enxugando os gastos, mas sem abrir mão da competência.

Melhorias na Saúde estiveram entre as principais reivindicações na campanha para reeleição. Alguma mudança nesses 100 primeiros dias do segundo mandato?
Um dos problemas mais graves que encontramos na Saúde foi o déficit de mais de 10 médicos do Programa de Saúde da Família. O problema se agravou com o término da missão de alguns médicos cubanos. Abrimos o novo processo seletivo, e tivemos mais de 200 inscritos. Esperamos que todas as vagas sejam ocupadas. Em breve, lançaremos outros processos seletivos para atender às necessidades do quadro técnico. Estamos empenhados em retomar a obra do Centro de Especialidades do Jequitibá, que se arrasta há muitos anos. Há complicações no contrato e empresas executoras, divergência de projetos e falta de recursos para conclusão. No entanto, eu e minha equipe estamos comprometidos em buscar soluções para readequar a obra às exigências legais e entregá-la para a população. Sobre a construção da Hemodiálise, o processo também está em andamento. Em breve teremos a empresa vencedora da licitação, mas o prédio que abrigará o serviço, onde hoje funciona a Unidade de Saúde do Guaxindiba, ainda precisa de algumas certificações estaduais para então darmos a ordem de serviço e iniciar a obra.

Aracruz tem muitos atrativos turísticos. Como atrair visitantes?
Além de promover eventos – como a comemoração aos 169 anos de Emancipação Política do município com feira de artesanato, apresentação de curtas metragens, show de manobras radicais com motos, prestação de serviços sociais, atividades esportivas, shows culturais e bandas locais – estamos elaborando o calendário de ações a fim de criar o circuito turístico completo da cultura italiana e indígena. Um dos segmentos que já iniciamos o diálogo é Associação de Agroturismo para explorar as potencialidades rurais, também característica do nosso município. Agora no final do mês de abril entregaremos a comunidade de Guaraná, a Casa da Cultura Angélica Pandolfi, que abriga o museu italiano. Nosso objetivo é fomentar o turismo por meio das atividades culturais e fortalecer os destinos praianos mais bonitos do estado, a nossa orla.

Como ficou a rotina do município durante a paralisação da PM? O que tem sido planejado para a área de Segurança?
Infelizmente por conta do caos que foi instalado no Estado à época, tivemos que cancelar nossa programação de carnaval da orla. Estamos estudamos a criação da Secretaria de Segurança Pública e, por meio da Secretaria de Administração, firmaremos em breve o convênio com o Conselho Interativo de Segurança de Aracruz (Cisa), repassando até R$ 10 mil por mês, a fim de colaborar com a segurança local.

O desemprego é um dos principais problemas hoje em todo o país. O que tem sido pensado pela gestão para gerar emprego e renda em Aracruz?
Temos trabalhado junto às empresas do município para que a mão de obra local seja absorvida. Por meio de cursos de capacitação oferecidos pelas Secretarias de Desenvolvimento Econômico e Desenvolvimento Social, temos qualificado nossa população. Estamos buscando a vinda do Senac para o município com objetivo de oferecer novos cursos para que nossos cidadãos possam entrar no mercado de trabalho. Acreditando no potencial empreendedor do aracruzense estamos estruturando a Sala do Empreendedor, além do Sebrae que já atua em nosso município preparando nossos pequenos e médios empresários e micro empreendedor individual. Com uma logística privilegiada, trabalhamos fortemente na atração de grandes empreendimentos como gerador de emprego e renda. E atração de outras empresas que contribuam para o fortalecimento de nossa cadeia produtiva.

Qual a principal conquista messes 100 primeiros dias, o principal desafio que a gestão pretende vencer ainda este ano e a meta até o final do mandato?
Nos primeiros 100 dias, priorizamos resolver os problemas mais urgentes, e manter os serviços essenciais. Regularizamos os contratos e demos continuidade às necessidades da comunidade. Retomamos 70% das obras paralisadas pelo governo anterior, além de diversas outras ações. Consideramos uma grande conquista a redução de mais de 30% dos cargos comissionados, sem prejudicar o andamento da administração. Já estamos realizando ações para amenizar a crise hídrica no município, como a construção da barragem no distrito de Guaraná, elaboração de mais de 50 projetos para construção de barragens em pequenas propriedades rurais e firmamos parceria com Associação Movimento Empresarial Aracruz e Região (Amear) e Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) para construção de uma grande barragem. O principal desafio, assim como na maioria dos municípios brasileiros, será trabalhar com a redução de recursos, sem que isso reflita nos serviços prestados a nossa população. A meta, portanto, é fazer uma gestão diferente, pautada pela seriedade, ética, transparência, eficiência, responsabilidade com o dinheiro público e, principalmente o cuidado com o ser humano. Daqui a quadro anos, desejo que o município esteja estruturado e com mais qualidade de vida para os nossos munícipes.

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