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sexta-feira, 19 abril 2024

Voo TAM JJ3720 e a Arca de Noé

Tenho utilizado este espaço para expor meu pensamento sobre sustentabilidade. A minha opção tem sido pelo olhar do tema muito mais em relação à responsabilidade de cada ser humano. O mundo empresarial defende um “tripé da sustentabilidade” composto por Meio Ambiente, Sociedade e Lucro, conhecidos como Triple BottomLine. Eu não entendo bem que a sustentabilidade está sobre um tripé, mas que essa questão é basicamente suportada pela sociedade, por todos os seres e, portanto, se não formos individualmente sustentáveis, não seremos socialmente  nem planetariamente sustentáveis. Cada um de nós aponta o caminho para cada um dos demais cidadãos. Concomitante, todos nós buscamos modelos a serem seguidos e todos nós queremos chegar bem no final da jornada. Todos os dias nós estamos engajados na construção da uma Arca que proveja salvação para nós e para os outros. Se nossa Arca for semelhante a uma “canoa furada”, nem nós, ou qualquer outra pessoa, teremos a segurança desejada na hora do embarque. Afinal de contas, quem quer entrar num Titanic Social fadado ao naufrágio.

Fico imaginando que alguns até entendiam a questão da tempestade que viria nos dias de Noé, mas aquele foi o primeiro navio construído ao longo de toda a história humana. Assim, muitos Jucelinos Nóbrega da Luz, nome do “vidente” que alardeou a “queda do avião da TAM”, devem ter propagado que aquilo que Noé construía era uma “canoa furada” e que iria naufragar na Avenida Paulista.  Em quem deveriam crer? Em Noé? Nos Jucelinos de então? Gostei da atitude da jornalista LillianWitteFibe, que decidiu crer em Noé e decidiu que não mudaria de voo, contrariamente a outros, que decidiram viajar num outro horário, ou aos que deixaram de abrir bancas de revistas situadas próximo ao local do “acidente”, ou aos empresários que decidiram dispensar os profissionais que atuavam em escritórios do edifício “condenado”. Todos, e muitos outros, creram na falsa profecia.

Entendendo que estamos construindo uma Arca, ou um Voo, e que somos os comandantes desta jornada e que, por fim, há pessoas que precisam embarcar conosco para um ponto do futuro, ou para um espaço geográfico, como sustentavelmente estamos cumprindo nosso papel social quanto às palavras que proferimos, quanto aos passos que damos, ou quanto ao tipo de cidadãos que somos? Como seria bom imaginar que há pessoas que podem estar embarcando nas “canoas furadas” dos outros ou acreditando nas palavras alarmistas de tantos Jucelinos. O pior é que muitos de nós podemos ser estes agentes do caos, pessoas que não estão levando os outros a “lugar nenhum”, ou que os estamos conduzindo a destinos estranhos e a portos perigosos.

As pessoas precisam acreditar em nós, olhar para a nossa Arca, ou para o nosso JJ3720, e considerar-se seguras, considerar que não somos Jucelinos e que a vida, e não a morte, está no poder da nossa língua, conforme Provérbios 18.21. O que fará de nós pessoas críveis, confiáveis? O quanto a nossa fé, nossos conteúdos mentais, nossas palavras e nossas práticas forem sustentáveis, apontarem para caminhos retos e em como podemos levá-los para portos seguros.
A sustentabilidade deve começar dentro de nós. Então, poderemos abrir a porta do nosso JJ3720 ou da nossa Arca, e todos faremos uma ótima viagem.
Nisso pensai!

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Joäo Carlos Marins é Pastor e especialista no tema responsabilidade social

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