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sexta-feira, 29 março 2024

Temer busca apoio de cristãos para reforma da Previdência

O governo quer aprovar a reforma da Previdência com urgência, e para isso, vai abrir diálogo nos próximos dias com os dois principais segmentos religiosos do país: os evangélicos e os católicos. Ambos grupos são contrários às propostas de reforma da Previdência.

Na avaliação do pastor Eduardo Vieira, da Igreja Assembleia de Deus Nova Vida de Itapoã, em Vila Velha, o Governo precisa de fato fazer uma reformulação na Previdência mas não esta que está sendo proposta. “Se o Governo não fizer algo, não trabalhar corretamente, vai entrar em colapso. A atual proposta não agrada aos cristãos em geral porque a classe trabalhadora está sendo massacrada, por isso não sou a favor desta reforma. Porém é necessário que se faça uma reformulação”, disse o pastor.

Os dois grupos do segmento religioso que compõem quase 80% das pessoas que possuem alguma crença, realizam campanhas contra as mudanças na aposentadoria expostas pelo presidente Michel Temer. “Nós somos cobrados diariamente pelos nossos fiéis. As propostas que estão aí afetam muito os mais pobres”, alertou o deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), integrante da bancada evangélica no Planalto.

Segundo o Diário de Pernambuco, na última quinta-feira (06), Temer reuniu-se com alguns parlamentares evangélicos quando recebeu uma pauta de demandas do grupo. Ele marcou um café da manhã para a próxima semana com um quórum mais ampliado. “Não nos falou nada sobre a Previdência. Mas, se ele tocar no assunto, vamos expor nossa opinião”, completou Fonseca.

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A bancada evangélica reúne mais de 90 parlamentares. Em uma votação que necessita de uma quantidade elevada de votos para ser aprovada (no mínimo 308 votos) um grupamento do tamanho dos evangélicos não pode ser ignorado. “Somos base do governo Temer. Mas não podemos votar nessa matéria por votar”, declarou o deputado do Pros.

Os católicos também representam uma ameaça às mudanças na Previdência propostas pelo governo. No fim de março, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma dura nota posicionando-se contra a reforma.

“Os números do governo federal que apresentam um déficit previdenciário são diversos dos números apresentados por outras instituições, inclusive ligadas ao próprio governo. Não é possível encaminhar solução de assunto tão complexo com informações inseguras, desencontradas e contraditórias. Iniciativas que visem ao conhecimento dessa realidade devem ser valorizadas e adotadas, particularmente pelo Congresso Nacional, com o total envolvimento da sociedade”, declararam os bispos no comunicado.

Mudanças
O governo aceitou mexer na proposta da reforma da Previdência para conseguir aprovar o projeto no Congresso. São cinco pontos que o governo disse que vão mudar. Na aposentadoria rural, a idade mínima pode ser mantida como é atualmente: 60 anos para homens e 55 para mulheres, e não os 65 anos propostos.

Pode voltar a valer também o acúmulo de aposentadoria com pensão por morte, mas só para valores próximos ao salário mínimo. A idade mínima do benefício de prestação continuada, que é pago a deficientes e idosos de baixa renda, voltaria para 65 anos, como é hoje.

As aposentadorias especiais voltariam a incluir policiais e professores, por exemplo, e as regras de transição ficariam mais flexíveis, atingindo trabalhadores até de 40 anos.

O governo disse que essas mudanças na reforma da Previdência podem reduzir a economia prevista em 17%. O governo vai deixar de economizar R$ 140 bilhões em 10 anos. O governo quer manter a idade mínima. A proposta é de 65 anos para homens e mulheres.

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