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quinta-feira, 18 abril 2024

Da igreja para o sucesso

Líderes com formação a partir da vivência na Igreja adquirem características distintas e saem com larga vantagem para comandar no mundo secular

O ouro, quando encontrado pelo garimpeiro, aparentemente não tem nenhuma beleza. O metal, que estava coberto de sujeira e tinha forma irregular, não mostrava brilho nem valor, mas o especialista reconhece e valoriza seu potencial. Então, o leva ao crisol, um recipiente das máquinas fundidoras, onde, numa temperatura altíssima, sofrerá uma mudança drástica em seu estado bruto. Terminada a purificação, o ouro derretido aceita a forma que o ourives desejar, seja ela qual for. O material está totalmente flexível e maleável. Ao final, o resultado será uma barra de ouro puro ou uma joia preciosa. Só depois de passar pelo fogo esse metal terá sua cor e brilho realçados, tornando-se valioso e cobiçado.

Com base nesse exemplo, podemos reforçar a ideia de que um caráter forjado por Deus e uma formação religiosa cristã autêntica transformam pessoas comuns em grandes e diletos líderes, que fazem a diferença por onde passam. O recipiente que os tira do estado bruto e os transforma em joias valiosas é o seio da Igreja. Líderes que recebem formação cristã religiosa e crescem sendo exercitados e testados dominicalmente nos cultos tornam-se pessoas notáveis, e por isso se destacam, fazendo tanta diferença que quase chegam a causar estranheza por onde passam.

Esse preparo começa na sala de aula da Escola Bíblica, nos cultos administrativos e nas celebrações. Quando essas pessoas, que vivem no anonimato, cruzam a porta para o mundo secular, tornam-se especiais, singulares ao ponto de serem desejados e disputados dentro de empresas, instituições de ensino, hospitais, multinacionais e poder público.

É na igreja que eles recebem incentivo para vencerem a timidez; é na igreja que descobrem seus talentos; é na Igreja que começam a desenvolver suas competências; é na Igreja que se expõem ao risco de um julgamento que os torna exigentes consigo mesmos. É por isso que muitos, mesmo sem formação acadêmica, estão ensinando sobre liderança no mundo empresarial. E quando obtêm uma formação, eles já chegam com algumas vantagens sobre seus competidores, porque já passaram por etapas que formaram seus conceitos e valores, já sabem como se comportar diante de situações de tensão, conseguem definir com clareza aonde querem chegar e possuem a arma certa para atingir seu alvo. Líder cujo perfil é construído na Igreja adquire características distintas, como podemos ler em 1 Samuel 15:17 (“E disse Samuel: Porventura, sendo tu pequeno aos teus olhos, não foste por cabeça das tribos de Israel? E o Senhor te ungiu rei sobre Israel”).

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Atuar sempre como se fosse para o Senhor

Quando olhamos em volta e observamos comportamento, palavreado e princípios de líderes em cargos de liderança, que estão próximos ou já chegaram à faixa dos 40 anos, podemos distinguir claramente que sua formação emergiu a partir de uma boa base cristã, aplicada diretamente na vida e na carreira profissional.Podemos exemplificar a importância da força da liderança que começa na Igreja e da formação bíblica para a vida através de Almir Rodrigues de Aguiar. Graduado em Serviço Social, ele é técnico do Seguro Social na Advocacia Geral da União (AGU) há 30 anos.

Paralelamente, exerce liderança na Igreja Batista em Mata da Praia, como pastor-auxiliar à frente do Ministério da Terceira Idade, com 153 idosos, e ainda acumula a função de pastor interino na Igreja Batista no Bairro Bonfim. “Comecei a liderar na igreja a partir da adolescência e juventude. Essa experiência muito ajudou no meio secular. Aprendi que qualquer atividade deve ser feita como se fosse para o Senhor”, diz ele. Pastor Almir acredita que a família e a Igreja exercem um papel de formação de líderes estabelecendo limites, responsabilidade, pontualidade, hierarquia e o respeito para com o próximo. A família e a Igreja devem identificar as características naturais de um líder e estimulá-las. “Não há diferença quanto à função de líder em ministério ou nos negócios. O líder é alguém que tem uma visão e convence outros a segui-lo. Todavia, o líder na igreja tem uma visão espiritual que não subsiste no mundo empresarial secular. O ‘lucro espiritual’ são as almas salvas por Jesus Cristo”.

Aos 43 anos, Anderson Henrique do Nascimento é diretor de três empresas na área de automação e construção civil. Porém, não abre mão de atuar na liderança de sua igreja, onde recebeu parte da formação que o qualificou para ser um líder na esfera empresarial. Atua realizando os cursos da Universidade da Família e ministra o curso do Crown (Finanças à Luz da Bíblia) tanto em sua igreja como em outras, é professor de jovens casados na Escola Bíblica e administrador da igreja. “Como filho de pastor, sempre tive o exemplo e proximidade das lideranças da igreja. Comecei a exercer a liderança nos Embaixadores do Rei, que foi uma escola de liderança para muitos de nossos líderes atuais. Depois, comecei a liderar a mocidade de minha igreja, na época, em Coronel Fabriciano (MG), e participava sempre das juventudes locais e estaduais. Estar em posição de liderança é estar também exposto, é se tornar responsável, é confrontar quando necessário, é gastar tempo, porque liderança dá trabalho. Há um provérbio que diz que ‘o prego mais alto é que recebe a primeira martelada’, diz. Anderson chegou no Estado em 1992, e atuou na 1ª Igreja Batista de Guarapari, como presidente da mocidade, tendo ocupado cargo de presidência na Juventude Batista.

Igreja ensina para a vida

A máxima de que “ser líder é servir e levar outras pessoas a lugares que elas não conseguiriam chegar por si mesmas” é um conceito que tem se popularizado nos últimos anos, mas que a Palavra ensina desde sempre (“Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos”, Marcos 10:45; “Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará”, João 12:26).

O ensino que o líder transmite vai além do saber fazer e saber falar: ele prepara sua equipe para a vida. Esse tipo de aprendizado está presente naturalmente dentro das igrejas, desde o momento em que a criança é levada pelos pais para a salinha de histórias até tornar-se alguém pronto para ser exemplo.

Na visão de Roberto de Oliveira, pastor na Igreja Batista em Itapoã, Vila Velha, cabe aos pais se conscientizarem de que é na Igreja que seu filho irá formar-se numa disciplina que escola nenhuma oferece: a ciência do caráter. “Meu filho Robson cresceu na Igreja e, aos 13 anos, já era professor de classe de juniores, inclusive chamado de ‘tio’ pelos alunos.

Ele liderou na área da música, dirigiu cultos e outras programações, mas principalmente recebeu fundamentação bíblica para viver. Quando esteve na faculdade, fui chamado por um professor dele que o elogiou, dizendo-me as seguintes palavras: ‘O senhor é o pai do Robson? Olha, o que o seu filho tem não se aprende na escola, nem nas empresas e nem na rua’. Ao ouvir isso, me senti recompensado e disse ao professor do meu filho que o que ele viu neste aluno foi o que ele aprendeu na Igreja”. Com 40 anos, Robson é casado, tem dois filhos e trabalha atualmente no Banco Mercantil, como analista de sistema. Ele lidera o grupo de analistas, que cuida dos cartões e programas de informática dessa agência bancária, sendo considerado com muito respeito por onde anda.

É em razão dessa e de outras experiências semelhantes que o pastor Roberto incentiva as famílias a levarem seus filhos para receberem treinamento e orientação espiritual na igreja. “A visão e a formação que a igreja dá para a vida é bem diferente. O aluno tem a vantagem dos exemplos que aprende na Palavra de Deus e tem o seu caráter trabalhado, algo importante na vida do líder que quer ser exemplar. Mas, infelizmente, muitos pais não têm tido o cuidado de firmar os passos dos seus filhos na igreja. Quem firma seu filho na igreja fará dele alguém com personalidade firme e capaz de influir onde estiver, além de não receber influência negativa quando estiver dentro das indústrias e empresas em geral”, incentiva o pastor Roberto.

Discipulado por homens e mulheres de Deus

A trajetória de vida até se tornar um líder explica por que hoje Carlos Renato treina e forma outros líderes para edificação do corpo de Cristo. “Perdi meu pai muito cedo, aos nove anos de idade, e fui educado por minha mãe até que, aos 19 anos, conheci Jesus e fui discipulado por homens e mulheres de Deus”, relata.

Ele completou o ensino médio e se tornou eletrotécnico e técnico em áudio. Mas foi sua formação na Escola Bíblica de Formação de Líderes, hoje chamada Atos, em Santa Catarina, que fez aflorar seu potencial para a liderança. “No meio secular, tudo que tenho e tudo que sou são consequências de toda a caminhada com Deus.

Trabalho na Light Sesa há 14 anos, onde comecei como operador de subestação e hoje sou despachante de transmissão. Liderar significa influenciar. A família e a Igreja alicerçadas na Palavra de Deus são uma potente escola de formação de líderes. E temos que fazer bem-feito o que nascemos para fazer. Esse é o segredo!”, disse Carlos Renato, que é membro da Primeira Igreja Batista Renovada em São Gonçalo (RJ), onde serve como diácono, é responsável pela Sonorização, coordenador e professor da EFB (Escola de Formação Bíblica).

Ser um líder qualificado é possível a qualquer pessoa. Mas ser um líder com especial desenvoltura e larga vantagem na área do relacionamento é oportunidade ímpar dos que se submetem ao aprendizado cristão, que significa treino, testes e coragem, como mostra a Bíblia ao narrar o exemplo de Timóteo.

Filho de uma judia crente e de pai grego, sua mãe, Eunice, e sua avó, Loide, são citadas nas Escrituras por sua piedade e fé. Certamente o exemplo dessas mulheres influenciou a formação cristã de Timóteo, a quem o apóstolo Paulo tomou como discípulo convertido, para acompanhá-lo em sua segunda viagem missionária. Timóteo tornou-se um colaborador, um companheiro de viagem de Paulo, que o elogiou por seu conhecimento das Escrituras, a quem ele parece ter sido apresentado ainda na infância.

Timóteo foi ordenado bispo por Paulo e foi um cooperador do Evangelho, tendo trabalhado não somente com Paulo, mas também com Silas, a fim de que o Evangelho chegasse à Europa. Em uma de suas cartas, o apóstolo Paulo dá suas orientações ao discípulo Timóteo. “Tu pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros. Sofre, pois, comigo, as aflições como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar aquele que o alistou para a guerra” (II Timóteo 2: 1-4).

A matéria acima é uma republicação da Revista Comunhão. Fatos, comentários e opiniões contidos no texto se referem à época em que a matéria foi escrita.

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